quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Não volte para a aldeia: a cura do cego de Betsaida

 Texto-base: Marcos 8:22-26

Jesus entra em uma aldeia em Betsaida e ali lhe levam um homem cego para ser curado. Jesus então tira o cego para fora da aldeia, coloca saliva em seus olhos, impõe-lhe as mãos e pergunta se ele está vendo algo. O homem lhe responde ver os homens como se fossem árvores, o que significava que a sua visão ainda não tinha sido restaurada por completo. Jesus agora põe as mãos nos olhos do homem, e este passa a ver perfeitamente. Então Ele o manda embora para a sua casa, ordenando-lhe que não voltasse mais para a aldeia.

Esse milagre possui pontos interessantes se comparado aos demais operados por Jesus. Em outros milagres relatados, as pessoas levadas a Jesus são curadas imediatamente, já nesse milagre Jesus precisa realizar duas intervenções. Sem dúvida, isso não aconteceu por falha de Jesus, mas talvez para nos ensinar lições a partir dessa história. Uma delas é que nem sempre a nossa visão acerca de algo é restabelecida em um única vez. Muitas vezes, essa visão é restabelecida aos poucos, até que possamos ver nitidamente.

Por exemplo, quando estamos evangelizando alguém, não podemos querer que de apenas umas poucas vezes a visão daquela pessoa se abra. O nosso crescimento é um processo, que vem aos poucos. É a própria Palavra que nos diz que a luz dos justos brilha como a aurora, cada vez mais, até que seja um dia perfeito.

Outro ponto interessante nesse milagre é que, ao ser curado, Jesus ordena àquele homem que não entre na aldeia, mas que vá para sua casa. Isso significa que a aldeia não era a casa daquele homem, e que em algum momento de sua vida ele havia sido levado para lá.

Sabe-se que o homem não nasceu cego, pois o autor diz que ele, recobrando a vista, ainda não via perfeitamente. Se ele recuperou a visão é porque ele já havia visto em alguma outra época.

Talvez aquele homem tivesse sido levado para a aldeia após ter ficado cego, ou talvez tivesse ficado cego após ter ido para a aldeia. Não se sabe ao certo, mas provavelmente a volta dele à aldeia seria prejudicial à manutenção da sua cura.

Existem lugares que após sermos curados não nos convém mais voltarmos. Talvez por nos exporem ao perigo de uma nova cegueira, talvez por serem lugares que nos remetem ao estado de miséria. O fato é que, a nossa libertação é o marco para uma nova vida, e se somos diferentes a nossa atitude frente a algumas coisas tem que ser também diferentes.

Voltar para a aldeia pode simbolizar que não estamos dispostos a viver a nova vida à qual fomos chamados. Se Cristo nos libertou, que passemos a viver em novidade de vida e em liberdade.

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