terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Um vale seco pode se tornar um manancial?

 Texto-base: Salmos 84:5-6


Todos nós passamos por vales áridos, por momentos difíceis, mas a diferença está na forma como vamos enfrentá-los. O texto de hoje nos ensina que é possível passar por um vale árido (seco) fazendo ele virar um manancial, cheio de águas. A pergunta é: como posso fazer isso?

O texto diz que é bem-aventurado aquele que tem a sua força em Deus. Este é o primeiro segredo. Quando a nossa força está em Deus, as dificuldades não são fardos impossíveis de carregar. A força de Deus está em nós e já não nos sentimos fracos diante das dificuldades.

O segundo passo é ter o nosso coração nos caminhos aplanados, o caminho aplanado é aquele em que não há desníveis, é um caminho plano, reto. Andar em um caminho aplanado é andar nos caminhos de Deus, pois só neste Caminho não há sujeira ou pecado. O nosso coração precisa estar neste caminho, isto é, servir a Deus tem que ser de coração, não apenas de palavras.

Se a nossa força está em Deus e estamos servindo a Ele de todo nosso coração, não há dúvidas de que a cruz não será mais tão pesada.

Um vale árido se torna um manancial quando já não o enxergamos mais como uma pedra em nosso caminho. As dificuldades não vêm para nos derrubar, mas para nos fazer crescer em graça diante de Deus. Não é fácil enfrentar dificuldades, mas se extraímos o melhor delas conseguimos enfrentá-las com muito mais facilidade. 

O deserto vem para nos ensinar, mas quanto mais rápido aprendemos as lições deste deserto, mais rápido o enfrentaremos e ele já não nos será tão penoso. Dá para passar por um vale seco e este se tornar uma fonte de água para nós, basta que nos apeguemos em Deus e na sua força!

sábado, 28 de dezembro de 2024

Rebelião de Datã

Texto de referência: Números 16:1-33


Datã era da tribo de Levi, isto é, pertencia ao grupo que servia na Tenda da Congregação. Junto com Datã, se juntaram cerca de duzentos e cinquenta homens que faziam parte do sacerdócio israelita e iniciaram uma rebelião contra Moisés. Eles alegavam que não apenas Moisés e Arão eram santos, mas toda a congregação, isto é, estavam com inveja da forma como Deus lidava com Moisés e Arão e por isso alegavam que eles estavam achando que eram mais santos que os demais.

Em outro motim de rebelião estavam Datã e Abirão, da tribo de Ruben, que se queixavam de terem saído ao Egito apenas para morrer no deserto, e que não viram "nenhuma terra que manava leite e mel".

O castigo enviado por Deus contra os rebeldes foi duro, pois foram engolidos em uma espécie de terremoto, onde a terra se abriu e eles foram tragados vivos.

Mas o que me chama a atenção nessa revolta de Datã, Corá e Abirão é que os revoltosos eram pessoas do centro da comunidade. Os duzentos e cinquenta homens que acompanhavam Corá eram pessoas escolhidas dentre o povo, líderes que, em lugar de estar dando testemunho, estavam causando divisões entre Moisés e a comunidade israelita.

Nesse sentido, é preciso avaliar muito bem aqueles que estão à frente das lideranças eclesiásticas, os quais muitos têm causado divisões e escândalos. Alguns até colocando em descrença lideranças fidedignas e enviadas por Deus, agindo motivados por inveja, querendo ocupar o lugar deles e utilizando para isso métodos sórdidos.

O juízo de Deus sobre aqueles homens foi severo, pois não estavam prejudicando apenas o líder Moisés, mas o povo israelita, e assim, tentando prejudicar o plano de Deus para eles. Que os nossos líderes sejam homens e mulheres alinhados com o propósito de Deus, que busquem caminhar juntos, sem provocar escândalos e divisões na comunidade cristã.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

O estado progressivo do pecado

“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Salmos 1:1


Todo homem é pecador, não há nenhum justo na face da terra, entretanto, apesar da nossa natureza pecaminosa, não precisamos nos entregar ao pecado pois o Senhor é um Deus perdoador, que concede misericórdia àqueles que assim clamam.

Ninguém que tenha se entregado ao pecado o faz repentinamente, as práticas pecaminosas vêm aos poucos, até que o indivíduo deixe completamente o temor a Deus.

No Salmos 1, logo no primeiro versículo, encontramos uma descrição que apresenta de forma simples como o pecado pode entrar na vida de alguém.

Quando ele descreve as formas de alguém praticar o mal, ele o coloca numa espécie de degrau:

Andar no conselho dos ímpios: essa atitude refere-se a seguir conselhos errados, passar a ouvir palavras ao vento, ver o mal e não se desviar dele.

Deter-se no caminho dos pecadores: diz respeito a parar para contemplar o pecado ao invés de abominá-lo, achar que é normal determinados tipos de situações.

Assentar na roda dos escarnecedores: quem para a ouvir os maus conselhos e contemplar o pecado, no fim, acaba se aliando a ele. Assentar com escarnecedores é estar no meio da iniquidade, praticando-a sem se lembrar do Senhor.

Não podemos subestimar o poder do inimigo em nos arrastar para o mal. Ele anda ao derredor, bramando como um leão, buscando suas presas. Devemos nos apegar cada dia à Palavra de Deus para que os nossos olhos sejam abertos e assim possamos estar cada vez mais longe do pecado.

domingo, 22 de dezembro de 2024

O poder da delegação de tarefas

 Êxodo 18:21-22 e Atos 6:2-4

Vivemos em uma sociedade centralizadora, onde as pessoas querem dar conta de tudo, fazer tudo sozinhas, aparentar tudo perfeito e a consequência de tudo isso é que estamos vivendo cansados, sobrecarregados, sempre com a impressão de estar fazendo demais.

O oposto da centralização é a delegação. A ideia é que, ao invés de centralizar em nós todas as tarefas, que possamos delegar algumas delas, para que possamos administrar melhor as situações. Essa ideia tem base bíblica e quem nos aponta isso é o livro de êxodo.

Quando Moisés estava no deserto conduzindo o povo à terra prometida, se deparou com a visita do seu sogro Jetro, que ao vê-lo julgando um povo com mais de seiscentos mil pessoas, se espantou com o que estava acontecendo.

Jetro então deu a Moisés o conselho de delegar parte das suas funções, escolhendo alguns líderes e deixando as coisas básicas para que eles pudessem julgar. Moisés cuidaria apenas das coisas complexas.

A instituição dos diáconos na igreja primitiva também nos conduz a uma ideia semelhante, pois os apóstolos ao verem que estavam havendo conflitos na distribuição de cestas às viúvas, escolheram homens para exercerem essa função enquanto eles cuidavam da expansão do Evangelho. 

Deus não fica satisfeito em nos ver sobrecarregados, pelo contrário, Ele nos manda levar a Ele tudo o que nos é pesado. Vivemos em comunidade justamente para que um possa ajudar o outro, dessa forma, é salutar que possamos dividir as tarefas do nosso cotidiano, em todas as áreas, inclusive nas coisas relativas ao nosso ministério.

Delegar é uma atitude sábia, que irá nos trazer mais tempo hábil e nos capacitar para fazermos melhor aquilo que nos foi confiado.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Selo no teu coração

 "Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte”. Cantares 8:6

O primeiro selo do mundo foi criado em 1840. A sua principal função era identificar ao destinatário que aquela correspondência estava paga. Nos tempos bíblicos, o selo servia para marcar objetos, a fim de comprovar a propriedade de alguém sobre ele.

O autor de Cânticos em uma de suas poesias relata um pedido do esposo para que ele fosse colocado como selo no coração de sua amada. Mas ele é ainda mais profundo, pedindo que também fosse colocado como selo nos braços dela.

O selo no coração indicava que o esposo queria que o coração da esposa pertencesse a ele. Ele não queria dividi-la com ninguém. Da mesma forma, o Senhor quer que o nosso coração seja completamente d'Ele. Isso não significa deixar de amar as pessoas ao nosso redor, mas dar a importância primária ao Senhor.

O selo no braço indica que o esposo queria que esse pertencimento fosse visível a outras pessoas. Ele desejava que a sua amada declarasse que o seu amor era do esposo.

Perceba a diferença entre os dois membros, enquanto o coração refere-se ao nosso interior, o braço refere-se ao exterior. Pertencer a Jesus não pode ser apenas uma decisão do coração, precisamos exteriorizar a nossa fé a fim de que outras pessoas também possam ser edificadas.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

As dez pragas do Egito e o que elas representaram


As dez pragas que o Senhor enviou contra o Egito para que Faraó libertasse o povo hebreu é sem dúvida um dos fatos mais impressionantes da Bíblia. Mas por que Deus esperou dez pragas para que só então permitisse que Faraó libertasse o povo?

Os egípcios eram um povo muito idólatra, que cultuavam deuses de todas as formas, e, portanto, algumas dessas pragas vieram para desmistificar a crença daquelas pessoas naqueles falsos deuses e mostrar que o Deus de Israel era (e continua sendo) o único Deus verdadeiro.

Águas transformadas em sangue: para os egípcios o Nilo era um rio sagrado, inclusive havia um deus chamado Nilo, que representava a fertilidade. As águas se tornando sangue enfraqueceram a crença deles nestes mitos pagãos.

Rãs: as rãs eram animais sagrados para os egípcios, pois havia uma deusa cujo nome era Hequet, que tinha a cabeça em forma de rã. Eles foram atormentados por esse animal tão venerado por eles, para que entendessem que as rãs não passavam de meros animais.

Pestes nos rebanhos: a vaca era um animal sagrado aos egípcios, uma deusa cultuada pelos egípcios era Hator, representada por uma vaca ou uma mulher com orelhas de vaca e simbolizava a dança e o erotismo.

Gafanhotos e moscas: os egípcios tinham veneração por alguns insetos, que consideravam sagrados, como por exemplo, o escaravelho. Ter moscas e gafanhotos como pragas também era uma forma de demonstrar a fragilidade destes animais.

Escuridão: por três dias os egípcios não viram o sol e ficaram em uma escuridão total em seu país, enquanto nas casas dos hebreus havia luz. Nem mesmo o deus Rá, deus do sol e a maior divindade egípcia pode ajudá-los.

Morte dos primogênitos: por fim, a morte dos primogênitos egípcios, inclusive do filho do Faraó corroborou o poder do Deus verdadeiro que domina sobre tudo, até mesmo sobre a vida e a morte, pois enquanto entre os egípcios havia um funeral em cada casa, os primogênitos dos hebreus permaneceram vivos.

Em meus estudos sobre as dez pragas eu não identifiquei cada praga como uma representação do paganismo egípcio, como alguns estudiosos apresentam, mas certamente foi uma manifestação do juízo de Deus sobre aquele povo por acreditarem em deuses que não tinham poder.

Ainda hoje, quando o nosso coração se inclina à idolatria, o Senhor busca nos mostrar quão frágil pode ser qualquer coisa que tente ocupar o lugar d'Ele em nosso coração.