sexta-feira, 30 de agosto de 2024

O propósito dos milagres

Texto de referência: João 9:1-38


Dentre as diversas curas que Jesus realizou, Ele operou na vida de um homem cego de nascença. Não se sabe a idade dele, mas a Bíblia relata que ele era adulto. Para a cura dele, Jesus utilizou uma pequena lama resultante da mistura da sua saliva com a terra. Colocou essa mistura nos olhos do cego que imediatamente ficou curado.

Esse milagre gerou muita polêmica entre os fariseus, que por inveja criticavam a Jesus utilizando a desculpa de ser dia de sábado. Após longa discussão entre os judeus e o cego, Jesus o encontra e pergunta a ele:

"Crês tu no Filho de Deus?" (v.35).

Ele então perguntou a Jesus quem era Ele para que cresse. Jesus então responde:

"Já o tens visto, e é o que fala contigo."

Perceba que Jesus diz ao cego que ele estava vendo o próprio Filho de Deus.

Qual era o sentido do homem que havia sido curado? Justamente a visão, a qual agora possibilitava ao cego ver Jesus.

Isso dá total significado ao milagre que acabava de ser operado. Jesus curou o cego e agora com os olhos curados ele podia ver Jesus. Os nossos milagres não são em vão, mas são a estratégia de Deus para que conheçamos mais d'Ele. Quando Deus faz o impossível em nós é para que conheçamos o seu poder, não apenas para o nosso bem estar físico, mas também espiritual. Milagres devem nos aproximar mais de Deus, seja trazendo salvação para uma alma perdida ou intimidade com Deus, para aqueles que já são salvos.

O problema de algumas pessoas é que elas querem somente o milagre, mas não querem Aquele que operou o milagre. Através dos milagres, Deus quer agir por nós, para que depois Ele possa agir em nós. Basta que possamos abrir o coração como o cego fez. Naquele dia aquele cego não recebeu apenas a visão, mas recebeu também a oportunidade de ver o próprio Deus, através de Jesus.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A cura do paralítico do poço de Betesda

Texto de referência: João 5:1-18


A Bíblia nos conta uma história acerca de um homem que por trinta e oito anos sofria de paralisia nas pernas. Ele não andava, e por isso vivia sempre deitado em uma maca. Com a esperança de ser curado, ele se mudou para a beira de um tanque de água, onde as pessoas diziam que de tempos em tempos passava um anjo e balançava as águas. O primeiro indivíduo que mergulhasse naquela água após o balanço pelo anjo ficaria curado de qualquer enfermidade que tivesse.

E por esse motivo, ao redor do tanque se reuniam muitos doentes, com a esperança de serem curados. Em certa ocasião, Jesus vai até aquele poço, aparentemente para curar exclusivamente aquele homem. Ao chegar até ele e lhe perguntar se ele queria ser curado, o paralítico não responde a pergunta, mas começa a se lamentar dizendo:

"Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim". João 5:7

Perceba que ao invés de buscar resolver o seu problema, o homem estava apenas se vitimizando, tentando explicar porque ele estava assim até aquele dia.

Jesus não dá ouvidos às suas reclamações, apenas lhe diz: 

"Levanta-te, toma o teu leito e anda". João 5:8

Jesus não está interessado em saber porque nossos problemas ainda não foram resolvidos, Ele quer apenas resolvê-los. Se vitimizar não ajuda a resolver nossos dilemas, apenas amplia-os. Apesar de estar diante de Jesus, o paralítico não o enxergava como aquele que iria curá-lo, mas apenas como mais um em quem ele iria derramar suas lamentações.

Precisamos olhar para Jesus e para o seu poder, crendo que aquilo que é impossível a nós Ele pode resolver. Ao invés de dirigir a Ele as nossas lamentações, precisamos orar com fé de que Ele irá solucionar os nossos problemas. Jesus não é apenas um ombro amigo que ouve os nossos sofrimentos, Ele é o poder que nós precisamos para resolver as nossas dificuldades, mesmo que o nível delas seja o do impossível.

Naquele dia o paralítico saiu daquele tanque caminhando com as próprias pernas, porque Jesus não perdeu tempo ouvindo seus murmúrios, mas usou seu tempo curando-o. É isso que Ele também pretende fazer em nós.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O poder da rendição


Textos de referência: Mateus 15:21-28 e Marcos 7:24-30


Como cristãos ouvimos muito falar sobre a adoração, e quando nos vem essa palavra à mente logo lembramos de músicas, ou de palavras como “Aleluia”, ou então de mãos levantadas. Todos esses elementos podem ser expressões de adoração a Deus, mas também podem ser apenas gestos se não forem feitos de coração.

A verdadeira adoração a Deus está na nossa rendição a Ele. Adoramos a Deus quando nos rendemos, quando reconhecemos a nossa condição de fracos, pobres de espírito, pecadores e nos submetemos à sua graça para nos ajudar, nos salvar e nos perdoar. Quando reconhecemos que não temos o controle de uma situação difícil, mas que temos um Deus que possui esse controle.

Muitas vezes pensamos porque não temos alcançado ainda o favor do Senhor em alguma área que há tanto tempo temos clamado, orado, jejuado, e talvez o nosso milagre ainda não tenha chegado porque ainda não fizemos uma pequena coisa: nos rendido verdadeiramente a Deus.

O texto de hoje nos fala sobre uma mulher grega, das regiões de Tiro e Sidom, portanto, estrangeira, mas que mesmo distante dos territórios de Israel ouviu falar e creu no poder de Jesus. O problema daquela mulher era sua filha: estava terrivelmente endemoninhada. Não se sabe quanto tempo aquela mulher passava por aquela aflição, mas era tempo suficiente para que ela estivesse desesperada, a ponto de ao saber que Jesus estava em seu território, sair gritando atrás dele, clamando por sua ajuda.

Mas, o milagre aconteceu quando aquela mulher se prostrou a Jesus e O adorou. Ela se rendeu a Ele, se submeteu ao Seu poder, e mesmo Jesus parecendo ser ríspido com ela, a mulher mostrou a Ele que cria que o poder d'Ele era suficiente para agir independentemente de sua territorialidade e que sabia que a misericórdia de Jesus alcançava a todos, independente de seu passado ou de seus erros.

O demônio saiu de sua filha, mas não precisou Jesus mandar uma palavra de repreensão como o fez em outras vezes. O próprio Jesus disse que pelas palavras daquela mulher ela já poderia ir, pois o demônio já havia se retirado. Não pela palavra, mas pela atitude por trás daquela fala. Pela atitude de rendição, de reconhecimento do poder de Deus.

A mulher provavelmente não disse a Jesus “Aleluia” quando o adorou, ela se rendeu com a sua atitude, com a sua fé de que havia poder em Jesus, com a sua atitude de se prostrar mesmo Ele não tendo respondido inicialmente seu clamor. Ela se entregou de coração a Jesus, e o milagre na vida dela foi inevitável!


sábado, 27 de julho de 2024

Reflexões sobre a parábola dos dois filhos

Texto de referência: Mateus 21:28-32


Certa vez Jesus contou a seguinte parábola: um homem tinha dois filhos. Veio até um e lhe pediu para trabalhar em sua vinha, ele disse que ia mas não foi. Ao segundo filho ele fez o mesmo pedido. Este disse que não ia, mas depois se arrependeu e foi. Por fim, Jesus concluiu que no fim das contas quem fez a vontade do pai foi o segundo filho.

Nesta parábola Jesus condena os judeus religiosos pela hipocrisia destes, comparando-os ao primeiro filho, dizendo que eles afirmavam fazer a vontade de Deus, quando na verdade eles não faziam.

Em contrapartida, muitos pecadores como os cobradores de impostos e as prostitutas, apesar de começarem no pecado, se arrependeram e passaram a fazer a vontade de Deus.

O que vale para Deus é a nossa decisão final. No dia do juízo não vai contar como começamos a nossa caminhada, mas como nós terminamos. Não adianta iniciar servindo a Deus e depois parar, também não adianta dizer que serve a Deus quando na verdade o coração está cheio de maldade, mas será salvo aquele que, mesmo tendo começado no erro, se arrepender e terminar a sua vida servindo a Deus.

Não adianta viver uma vida cristã de aparências, pois um dia tudo será trazido à luz (Lucas 12:2). Aqueles que dizem servir a Deus e não o fazem serão condenados, mas aqueles que reconhecerem os seus pecados e se afastarem deles receberão a vida eterna (Provérbios 28:13).


sábado, 13 de julho de 2024

O reino dos céus segundo Mateus


No decorrer das Escrituras, Jesus usou vários comparativos para ensinar aos seus seguidores o que era o reino dos céus. O livro de Mateus apresenta muitas, ou talvez a maioria delas. Neste texto, tais passagens foram listadas de forma resumida e referenciada para uma melhor compreensão.

Tesouro escondido no campo (Mateus 13:44): não é algo visível, nem todos o encontrarão, mas aqueles que o encontrarem terão consigo um tesouro.

Pérola de grande valor  (Mateus 13:46): é algo valioso, mais do que tudo ao qual estamos acostumados. Vale a pena abdicar de tudo por ele.

Fermento que se coloca na massa (Mateus 13:33): penetra em nosso interior e nos transforma por completo.

Grão de mostarda (Mateus 13:31-32): como uma semente plantada, ele cresce visível em nós, abençoando também aqueles que estão ao nosso redor.

É uma semente (Mateus 13:24): é semeada em nós, mas cabe a nós fazermos ela frutificar. Do contrário, essa semente será tragada ou desperdiçada.

Joio e trigo (Mateus 13:24-30): apesar do reino ser de Deus, muitos tentam dissimuladamente parecer pertencer a ele, mas o Senhor conhece os que são seus, e no final dos tempos todos os falsos crentes serão desmascarados e restarão no Reino dos céus apenas os que de fato servirem ao Senhor.

Rede que foi lançada ao mar (Mateus 13:47-50): o Senhor convida todos a participarem do seu reino, como uma grande rede que apanha todo tipo de peixes. Mas o Senhor não deixará os maus fazendo parte do Seu reino. Se eles não mudarem, serão excluídos do reino dos céus.

Trabalhadores assalariados (Mateus 20:1-16): Deus nos convida a trabalharmos no seu reino, e todos, mesmo aqueles que entrarem nele no final da vida, receberão a mesma recompensa: a vida eterna.

Bodas (Mateus 22:1-14): o reino dos céus é como uma grande festa, onde todos são convidados. Todavia, ser convidado não significa entrar, para isso acontecer, é necessário andar em santidade.

Dez virgens que se preparavam para as núpcias (Mateus 25:1-13): existe um preparo para entrar no reino dos céus, e só aqueles que se prepararem de forma adequada, vivendo com unção e autoridade (óleo) estão aptos a entrar nele.

Rei que fará acerto de contas (Mateus 18:23-35): existe uma dívida nossa com Deus que jamais poderia ser paga por nós. Mas Jesus veio quitá-la. O pagamento não foi feito com recursos materiais, mas com a Sua própria vida.

Esses são os comparativos que o Senhor usa do reino dos céus a partir do livro de Mateus.


sexta-feira, 12 de julho de 2024

O reino dos céus


Texto de referência: Mateus 13:44-46


Durante o seu tempo aqui na terra, Jesus nos deu alguns ensinamentos acerca do reino dos céus. Em dois deles, Jesus O compara a algo de grande valor. 

Em seu primeiro ensinamento, Jesus diz que o reino dos céus é semelhante a um tesouro que estava escondido no campo, que alguém achou e comprou todo aquele campo para ficar com o tesouro.

Na segunda comparação, Jesus diz que o reino dos céus é semelhante a uma pérola de grande valor, que é encontrada por um caçador de pérolas valiosas, o qual vende tudo o que tem para comprá-la.

Em ambos os ensinamentos, uma expressão chama a atenção, "vende tudo o que tem", seguido de "compra".  Nas duas situações, ambos os indivíduos venderam tudo o que possuíam para comprar aquilo que era denominado o reino dos céus, no primeiro caso o tesouro no campo e no segundo caso a pérola.

Eles abriram mão do que tinham por algo de maior valor. A dinâmica do reino dos céus é essa, deixarmos tudo o que é desta terra de lado em troca daquilo que vem dos céus. E isso não significa viver alienados, sem desfrutar da vida terrena, mas reestruturar a ordem de importância das coisas, colocando Deus em primeiro plano.

Essa não é uma palavra simples de ser praticada, especialmente para nós que nos apegamos com facilidade às coisas terrenas, mas a despeito de toda dificuldade, se o reino dos céus é para nós algo de grande valor, deve ser esse o nosso foco.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Reflexões sobre o joio e o trigo


Texto de referência: Mateus 13:24-30


O joio é uma planta de características muito semelhantes ao trigo, que só pode ser diferenciado deste quando está na fase adulta. Jesus contou aos seus seguidores acerca de uma parábola do joio e do trigo, onde em uma plantação de trigo o joio foi semeado enquanto os funcionários dormiam. Quando cresceu a plantação, os trabalhadores perceberam a infiltração do joio e queriam cortá-lo, mas o dono da plantação ordenou que o joio fosse retirado apenas na época da colheita, para que eles não arrancassem, equivocadamente, o trigo também. Essa parábola nos traz algumas reflexões.

Sabendo que a plantação é o reino de Deus, o joio são as pessoas usadas pelo maligno e o trigo são os filhos de Deus, podemos perceber que existem ambos os tipos de pessoas na obra de Deus. Distinguir o joio sozinho pode ser fácil, mas em meio ao trigo ele se mistura.

É fácil identificar pessoas perversas no mundo, mas no meio do povo de Deus elas se camuflam de uma tal forma que até parecem servir a Deus. E, por isso, essa classe de pessoas são comparadas ao joio, porque, assim como no reino, no meio da plantação, apenas se observarmos de perto, sabemos diferenciar o joio.

Outra consideração é que a separação das plantas foi feita apenas na colheita, isto é, na volta de Jesus, para que os funcionários, identificados por Jesus como os Seus anjos, não confundissem e jogassem fora trigo, achando que era joio.

Perceba que o perigo não era confundir joio achando que era trigo, mas o contrário. Tem muito trigo no Reino que pode ser confundido com joio, talvez por ter uma maneira não convencional de fazer coisas que para alguns devem ser feitas da forma "padrão".

Muitas pessoas que algumas vezes julgamos mal nesta Terra estarão no céu, pois muitos julgamentos feitos não são de acordo com a Palavra, mas conforme nossos padrões humanos de justiça. Joio não é trigo, religião não é o Reino de Deus. Saber distinguir isso faz parte da Sabedoria do Reino.