sábado, 31 de dezembro de 2022

Para o último dia de 2022: não viva mais na cegueira

Texto de referência: Lucas 18:35-43


Dizem que o pior cego é aquele que não quer enxergar. Eu acredito que esse ditado faça sentido porque, de fato, um indivíduo fisicamente cego não pode ver, mas o outro tipo de cegueira é aquela que, apesar dele poder, ele não quer ver. 

Havia um cego na Bíblia que infelizmente dotava desses dois tipos de cegueira. Ele se chamava Bartimeu. 

Bartimeu não nasceu cego, mas adquiriu a doença em alguma fase da vida. Ele vivia como um mendigo, sentado à beira do caminho pedindo esmolas. 

Certo dia, Jesus passou pela estrada onde ele estava. Ali, Bartimeu viu a oportunidade de recuperar a sua visão. Apesar de ser repreendido pela multidão que ouvia seus gritos em direção a Jesus, Bartimeu insistiu e continuou a clamar a Jesus pela sua cura.

Quando Jesus o chamou, Bartimeu retirou a sua capa e foi correndo em sua direção. Ali ele começava a ser curado da sua principal cegueira, a espiritual. Bartimeu compreendeu que ele podia, em Jesus, abandonar a sua vida de miséria. Ele aproveitou a oportunidade que estava diante de si de mudar de vida.

Após ir a Jesus, este lhe concedeu a sua cura física. Bartimeu recuperou a visão e agora também podia enxergar com os olhos.

A cegueira espiritual é extremamente nociva, pois nos impede de sairmos de uma condição que podíamos porque não conseguimos enxergar em nós esse potencial. O indivíduo pode mudar de vida, mas não o faz porque não consegue enxergar essa situação. A deficiência física de Bartimeu, apesar de limitá-lo a algumas atividades, não podia impedi-lo de ser feliz.

Ele não precisava ser um cego mendigo, como era conhecido, ele poderia ser um homem vitorioso. Quando ele se enxergou assim, abandonou a sua capa de mendigo, e antes de receber a cura física, o seu interior já havia sido curado.

Nenhuma condição limitante é impeditiva para a felicidade de alguém quando os seus olhos estão abertos a isso. Muitos procuram o segredo da felicidade, não sei se existe um segredo, mas sem dúvida uma das chaves para acessá-la é termos os nossos olhos espirituais sempre abertos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Saul, o rei que amou mais o trono do que a missão

Texto de referência: 1 Samuel 15


Saul foi um homem na Bíblia que teve o privilégio de ser o primeiro rei de Israel. Antes dele não havia reis, apenas juízes lideravam o povo, mas os israelitas na ambição de serem como os demais povos, pediram para si um rei. Apesar de ser filho de um homem rico, ele era da tribo de Benjamim,  a menor entre as tribos de Israel.

A princípio, Saul não assumiu seu posto de rei, talvez ele não acreditasse muito na profecia recebida, mas após o seu ordenamento público feito pelo profeta Samuel, ele começou a apossar-se do reino. Foi após uma batalha entre Israel e os amonitas, na qual Saul liderou e venceu, que ele foi oficialmente proclamado rei.

Assim que Samuel ungiu a Saul, o Espírito do Senhor tomou a vida dele e ele foi mudado em um novo homem. Samuel era o líder espiritual de Saul, e ele deveria obedecer aos seus comandos, pois estes eram dados por Deus. Mas, logo no princípio do reinado de Saul, após o seu primeiro ano, ele já cometeu os seus primeiros deslizes.

Em uma batalha entre israelitas e filisteus, Saul estava aguardando Samuel chegar para oferecer sacrifícios, mas vendo que ele estava demorando, resolveu ele próprio oferecê-los, o que era errado, pois essa era incumbência do sacerdote.

Após mais alguns anos, Deus ordena, através de Samuel, que Saul fosse pelejar contra os amalequitas, e que nessa peleja, matasse toda a cidade de Amaleque, até mesmo os animais que houvessem no lugar. Saul, desobedecendo à ordem expressa, poupou Agague, rei de Amaleque, além de animais que ele considerava "bons". Quando reprovado por Samuel, Saul arranjou todas as desculpas possíveis para tentar se justificar e não reconheceu o seu pecado.

Foi a partir dessa atitude de desobediência que o reinado de Saul começou a entrar em derrocada. O Espírito do Senhor se retirou dele, que começou a ser atormentado por espíritos malignos. Além disso, começou a perseguir Davi, buscando matá-lo a todo custo, brigou com os filhos, ordenou a morte de oitenta sacerdotes, consultou feiticeiros, tudo para não perder o seu posto de rei.

O reino começou a ocupar a posição central na vida de Saul, que não conseguia mais servir a Deus e fazia de tudo o que podia para tentar conservá-lo. Diferente do seu sucessor, o rei Davi, que após pecar pediu insistentemente a Deus que não retirasse dele o Espírito do Senhor.

A vida de Saul retrata o apego que muitas pessoas têm à sua vocação, se esquecendo de Deus. Foi Deus quem havia posto Saul no trono, e ele deveria reverência a Deus. Mas ele preferiu amar mais o poder do que a Deus, que havia lhe dado o poder. E acabou falido. Acabou seu reinado triste, derrotado e morto na batalha contra o principal inimigo de Israel, os filisteus. Em qualquer circunstância ou posição, devemos amar a Deus sobre todas as coisas.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Quatro lições que aprendemos com a batalha entre Davi e Golias

Texto de referência: 1 Samuel 17:24-51


1)Davi não enxergou Golias como um gigante, mas como um homem incircunciso que ousou afrontar o exército do qual Deus era o comandante. Para Davi, esse ato de Golias tirava dele qualquer chance de sair ileso daquela batalha. Diferente de Davi, nós costumamos olhar os problemas com lentes de aumento, dando muitas vezes a eles até uma maior proporção do que eles têm.

2) Davi se lembrou de ajudas anteriores de Deus. Para justificar o porquê ele iria enfrentar Golias e sair vitorioso, Davi usou uma situação onde Deus o ajudou a vencer um leão ou um urso. Para ele, se Deus já o havia ajudado a vencer uma batalha em que ele não tinha condições de sair vitorioso, nessa situação não seria diferente. Todas as vezes que estamos em uma batalha, devemos trazer à memória todas as vezes que o Senhor nos ajudou, isso nos trará motivação para vencer.

3) Davi lutou com as suas armas. Quando Saul tentou colocar sobre ele a sua armadura, Davi não quis, pois esta não lhe servia. Ao invés de armadura, Davi foi até o ribeiro e pegou pedras para com elas atirar em sua funda. Muitas das nossas batalhas não são vencidas por querermos utilizar armas que não são nossas. Na verdade, Deus utiliza as armas que nós temos, aquelas que estamos acostumados a usar. Não compare a sua forma de lutar com a do outro, pois a cada indivíduo Deus dá uma estratégia.

4) Davi não se deixou intimidar pelas falas amedrontadoras de Golias. Quando Golias veio zombando dele e dizendo palavras de afronta, Davi não abaixou a cabeça e ficou com medo, mas devolveu no mesmo tom as ameaças de Golias. Estamos dando ouvidos demais àquilo que o inimigo cochicha nos nossos ouvidos, quando deveríamos avançar contra ele e dessa forma anular o medo que ele tenta impor a nós.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

A força do Espírito

Texto de referência: 1 Samuel 19: 18-24


Se formos falar sobre quem é o Espírito Santo neste post, certamente ele seria muito grande. De forma resumida, podemos dizer que o Espírito Santo é uma pessoa, que sente, fala e ensina. Por muitos anos, definiu-se o Espírito Santo como uma força. Mas com o passar do tempo, foi-se descobrindo através das Escrituras que Ele é uma pessoa.

Todavia, apesar de sabermos que o Espírito é uma pessoa, não podemos negar que há n'Ele uma força. Ele não é uma força, mas age em nós muitas vezes com ímpeto (que podemos traduzir como força). Isso é comprovado por um episódio bem marcante descrito no livro de I Samuel.

Quando Davi estava sendo perseguido pelo rei Saul, ele se escondeu na casa dos profetas junto com Samuel. Quando Saul ficou sabendo, logo enviou servos a buscarem Davi, para o matar. Mas quando os servos de Saul chegaram até a casa dos profetas, Samuel estava presidindo uma reunião com os profetas, os quais estavam profetizando. Neste momento, o Espírito do Senhor tomou os servos, que começaram a profetizar e tomados pelo Espírito, voltaram para Saul sem Davi com eles.

Saul ainda enviou mais dois grupos de servos, mas a mesma coisa aconteceu com eles. Por fim, o próprio Saul foi até lá, mas no caminho, antes mesmo de chegar até lá, o Espírito de Deus veio sobre ele, que começou a profetizar e entrou na casa dos profetas já profetizando. Durante todo aquele dia, Saul esteve no poder do Espírito, despiu-se da sua túnica de rei, deitou-se na terra e profetizava. O resultado foi que Saul não buscou Davi e voltou para sua casa. Nesse dia, o Espírito do Senhor mostrou toda sua força à Saul.

Esse texto nos mostra a força que tem o Espírito de Deus quando ele se move em nós. Não adianta resistirmos ao Espírito, pois Ele se move onde, como e quando quiser.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Quando a dor nos impulsiona

Texto de referência: 1 Samuel 1


Ana foi por muitos anos uma mulher de dores. Casada com Elcana, ela tinha o amor do seu marido, mas não podia gerar filhos. Ana era estéril, mas algo nos chama a atenção na história dela; o texto bíblico diz que Deus a havia deixado estéril.

Como podemos imaginar uma situação onde Deus nos faça algo que aparentemente nos prejudique? Na verdade, Deus jamais fará algo que nos faça mal, mas muitas vezes Ele nos permite enfrentar situações que, embora sejam dolorosas, irão contribuir para o nosso bem ou o bem do outro.

Na época de Ana, o povo de Israel estava vivendo em uma decadência espiritual e moral muito grande. A família sacerdotal, liderada por Eli, estava vivendo totalmente fora da vontade de Deus e Este estava planejando o fim de todo esse tempo. Para que essa decadência chegasse ao fim, era preciso que se levantasse um grande profeta, alguém de fato obediente a Deus que fosse usado por Ele para dar fim àquela situação. Esse grande profeta nasceria justamente de Ana.

Após muitos anos de esterilidade, Deus abre o ventre de Ana, que dá a luz à Samuel, mas antes do nascimento dele, Ana fez um voto a Deus de que, se ela conseguisse gerar, ela consagraria o seu filho a Deus. E assim, quando Samuel nasceu, ele passou a morar no templo, sendo criado nos caminhos do Senhor e aprendendo o ofício sacerdotal.

Samuel então seria o sucessor de Eli como sacerdote, colocando fim aquele tempo de decadência espiritual e moral. Esse foi o propósito da vinda de Samuel, mas para que isso ocorresse, foi necessário que a sua mãe, através do desespero por conta da esterilidade fizesse um voto de sacrifício a Deus.

Muitas vezes, os motivos das nossas dores são questionados por nós, mas o que não conseguimos enxergar é que Deus utiliza o sofrimento para produzir frutos, em nós e através de nós. O que precisamos é deixar Deus trabalhar em meio a essas situações de dor. Quando fazemos isso, podemos ver que todas as coisas têm o poder de cooperar em favor do bem daqueles que amam ao Senhor.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Os capítulos finais do livro de juízes

Textos de referência: Juízes 17-21


Os capítulos finais de Juízes são como um anexo do livro, afinal eles não seguem muito o estilo dos demais capítulos que falam sobre algum juiz e como ele libertou Israel.

Estes capítulos abordam a história de dois levitas. Um que foi morar na casa de um homem chamado Mica que fez um santuário idólatra em sua própria casa. Este levita acabou indo embora da casa de Mica para ser sacerdote da tribo de Dã.

O mais bizarro da história é que Mica simplesmente mandou fabricar uma imagem de escultura para si e a colocou em sua casa para adorá-la. Isso mostra a depravação espiritual em que o povo de Israel se encontrava.

A segunda história conta sobre um levita que foi buscar a sua concubina que o havia abandonado. Durante o percurso de volta eles param em uma cidade de Efraim e ali ela é cruelmente abusada até a morte pelos habitantes da cidade. O levita em uma atitude de revolta esquarteja a mulher e envia as partes do seu corpo para as demais tribos que se unem para lutar contra Efraim.

O resultado dessa luta é que praticamente todos os homens da tribo de Efraim foram mortos no combate. Essa história mostra a depravação moral em que Israel se encontrava, além do estado de divisão das tribos.

Tudo isso ocorreu não muitos anos após a entrada do povo na terra prometida. O próprio livro de juízes diz que nesta época não havia rei em Israel e cada um fazia o que achava mais reto. Infelizmente uma triste época do povo de Deus, onde eles não se deixaram governar pelas mãos do Senhor.