segunda-feira, 29 de maio de 2023

A viúva de Naim e o seu filho


Texto de referência: Lucas 7:11-17


Episódios de cura de doenças nos evangelhos são comuns, diferente de episódios onde Jesus ressuscitou alguém, que são poucos os relatados, mais precisamente três: a ressurreição da filha de Jairo, do amigo de Jesus chamado Lázaro e do filho da viúva de Naim, este último o qual iremos falar neste post.

A primeira curiosidade desse milagre é que ele é relatado apenas no evangelho de Lucas. Jesus ia caminhando até uma cidade chamada Naim. Com Ele ia uma numerosa multidão, ouvindo seus ensinamentos e aguardando pelo próximo milagre. Foi quando Jesus se deparou com um cortejo fúnebre, que ia realizar o enterro do filho único de uma mulher viúva. Nesse cortejo também ia uma grande multidão, o que sugere que um dos dois personagens (a viúva ou o seu filho) era alguém muito conhecido e querido na cidade.

Duas multidões se encontram. De um lado está a vida, do outro lado da multidão está a morte. Jesus veio para a vida, e podemos crer que do seu lado sempre a vida estará.

Mas Jesus mudaria rapidamente essa situação de morte, pois ao ver a viúva chorando a morte do seu único filho, Jesus teve compaixão dela, pediu para que ela não chorasse e, tocando no esquife (tipo de caixão da época), ordenou a vida ao jovem que imediatamente se levantou.

A Bíblia diz que Jesus o restituiu à sua mãe, dando a ideia de que ela havia perdido algo, mas Jesus lhe devolveu. Jesus é aquele que restitui. Ele devolve a alegria onde ela foi perdida, devolve a paz onde não há mais, devolve a segurança onde só há medo. 

Mas ele também devolve filhos de volta às suas mães. Filhos que estão perdidos, filhos que estão mortos, filhos que se foram para não voltar. Ele é aquele que se compadece da mãe aflita, que já não sabe o que fazer pelo seu filho.

A viúva não pediu nada a Jesus, Ele se compadeceu dela pela sua condição. Jesus sempre irá olhar para o aflito com olhar de misericórdia, pois ela faz parte do seu caráter. A ressurreição do filho da viúva nos mostra o lado misericordioso de Jesus, pelos aflitos, pelos desamparados e pelas mães que choram por seus filhos.


quinta-feira, 25 de maio de 2023

O chamado de Deus para Moisés


Moisés foi um homem extraordinário, que foi chamado como libertador do povo de Deus. A vida de Moisés se dividiu em três fases, coincidentemente, todas divididas por intervalos de quarenta anos.

Até os quarenta anos de vida, Moisés viveu como príncipe no palácio do Egito, vivendo como filho adotivo da filha de Faraó. Durante esse tempo, em algum momento da sua vida, ele sentiu o chamado de Deus para libertar o seu povo de origem - os hebreus - da escravidão dos egípcios.

Tentando agir pela sua própria força, Moisés defendeu um hebreu e matou um egípcio. Ao saber desse fato, Faraó tenta matá-lo e Moisés foge para o território de Midiã. Ali inicia-se outro processo de quarenta anos, onde ele aparentemente se esquece daquilo que considerou ser seu chamado e passa a viver como pastor de ovelhas. Na verdade, ele havia esquecido do seu chamado em libertar o seu povo, mas Deus estava treinando-o enquanto pastor para cuidar dos israelitas, que futuramente seriam suas ovelhas, bem rebeldes por sinal.

Ao fim desse "treinamento" de quarenta anos como pastor, Deus chama Moisés e claramente lhe esclarece sobre o seu chamado em libertar o povo hebreu. Moisés, que aos quarenta anos estava tão animado com esse chamado, agora tenta esquivar-se como pode, de todas as maneiras, até ser repreendido pelo Senhor.

Me chama a atenção nessa história o esfriamento do chamado por parte de Moisés. Ao fugir para Midiã, ele abandona o sonho de ser o libertador do seu povo. Mas os sonhos de Deus não morrem, os planos de Deus não podem ser frustrados. Deus já havia destinado Moisés para ser o libertador do Seu povo.

Muitas vezes também temos esfriado no propósito para o qual Deus nos chamou. Ao primeiro sinal de adversidade, achamos difícil demais continuar e desistimos. Mas se Deus nos chamou a um propósito, não é questão de escolha, devemos obedecer pois Ele nos dará todas as ferramentas necessárias para cumprir esse propósito.

Se Moisés tivesse se recusado, não teria visto e vivido tudo o que viveu, e hoje não seria o profeta considerado o mais importante da antiga aliança. Não podemos recusar o chamado de Deus para nós. Ainda que venham as dificuldades, Deus é fiel para nos sustentar e nos usar para a glória d'Ele.


terça-feira, 23 de maio de 2023

O amor tudo suporta

Texto base: I Coríntios 13:7


Certa vez passando por dificuldades eu orei ao Senhor para que Ele me livrasse daquela situação. Abri a Bíblia esperando ouvir uma palavra de “vitória” e o Senhor me deu esse versículo de hoje: O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Eu entendi que muitas vezes as provações vem para nos provar no nosso amor a Deus e na nossa capacidade de suportar tudo por amor a Ele.

As tribulações da vida vem para provar em nós algumas capacidades:

Capacidade de adorar a Deus mesmo quando não obtemos resposta: Quando Jó passou as suas lutas e perdeu tudo ele disse: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1:21). A provação vem para testar nossa capacidade de adorar a Deus mesmo em meio as dificuldades e reconhecer que mesmo se Ele não resolver nosso problema hoje como estamos pedindo vamos continuar a adorá-lo pelo que Ele já fez por nós e por quem Ele é.

Capacidade de não murmurar: O salmista Davi diz no Salmos 34:1 “Bendirei ao Senhor em todo o tempo. O seu louvor estará sempre nos meus lábios.” Louvar e bendizer a Deus não é somente quando tudo vai bem, é preciso louvar em todos os momentos. Quando louvamos não deixamos espaço para a murmuração entrar em nossos lábios.

A nossa alegria e contentamento mesmo em meio as dificuldades: Ainda, no Salmos 34:2 o salmista diz: “Gloriar-se-á (alegrará) no Senhor a minha alma.” O apóstolo Paulo, após ter passado tanto dificuldades disse em sua carta aos Filipenses 4:11 que ele sabia viver contente em toda e qualquer situação, porque a força dele não vinha das circunstâncias, mas de Deus. E em Deus ele tudo podia (Fp 4:13).

Bem, voltando a minha história. Quando eu li esse versículo eu entendi que Deus estava ciente e no controle daquela situação, mas que no momento Ele queria de mim que eu suportasse tudo aquilo. Que o meu amor por Ele falasse mais alto pois assim eu poderia vencer. É isso que muitas vezes Deus quer de nós. Que saibamos suportar as dificuldades por amor a Ele, pois na cruz Jesus tudo já venceu.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

José: o homem que se permitiu ser curado

Texto de referência: Gênesis 50:15-21


José, filho de Jacó, foi um homem que sofreu duros golpes na vida. Aos dezessete anos, por inveja dos seus irmãos, foi vendido ao Egito como escravo pelos próprios irmãos. Ali no Egito, trabalhou por alguns anos como funcionário de Potifar, um oficial do rei, até ser acusado injustamente de assédio a mulher deste e ficar preso por mais alguns anos.

Todo esse período durou treze anos, até que aos trinta anos, após decifrar um sonho do Faraó, rei do Egito, José é elevado ao mais alto escalão da corte e se torna governador do Egito, sendo a segunda maior autoridade do país. Todavia, apesar de agora viver como um homem livre, rico, reconhecido e admirado pelas pessoas, o passado de José ainda estava ali, em sua memória. Quando nasceu seu primeiro filho, Manassés, José disse que Deus o havia feito esquecer o sofrimento vivido na casa do seu pai (Gênesis 41:51). Na verdade, ele não havia sido curado, mas havia apenas esquecido.

Quando José reencontra seus irmãos, que vão até o governador do Egito sem saber que na verdade o homem era José, ali inicia o processo de cura pelo qual ele passaria. A princípio, vem à sua mente todas as maldades feitas pelos seus irmãos, mas depois, o Senhor começa a mostrar a José que na verdade tudo o que ele havia enfrentado era parte de um propósito de Deus para que seus irmãos fossem ao Egito e sobrevivessem ao grave período de fome pelo qual o mundo estava passando.

E nesse momento, José não relutou contra o que o Senhor estava lhe revelando. Ele poderia rebelar-se e preferir vingar-se dos seus irmãos a ser curado, ele tinha poder como governador para fazer isso, mas ele preferiu se deixar curar.

José abriu seu coração, perdoou os seus irmãos e os alentou acerca do propósito para o qual tudo aquilo havia acontecido. E a prova de que agora, José não havia esquecido seu sofrimento, ele havia superado o seu sofrimento, é que, quando Jacó morre e seus irmãos temem que ele faça algo contra eles, José os consola.

Somente uma pessoa curada é capaz de consolar outra. 

Apesar de tudo o que José viveu, ele superou as suas dores e ao abrir seu coração ao Senhor e permitir que Ele trabalhasse nele, José experimentou a alegria de um espírito livre e curado. Que a vida de José nos seja exemplo para que também nós possamos nos abrir à cura do Senhor nas nossas vidas. As marcas do nosso passado não podem mais nos trazer dor, elas devem nos trazer propósito.


segunda-feira, 15 de maio de 2023

O rebento e o renovo

"Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo." Isaías 11:1


De natureza a Bíblia fala muito. Era de se esperar, afinal, quem fala é quem a criou e a conhece em seus mais pequenos detalhes. O conhecimento do cientista acerca da natureza, por mais estudado que ele seja, é limitado. O único que conhece toda a natureza, com todos os seus aspectos é Deus, o criador de tudo.

E é em um desses momentos de explanação sobre a natureza que o Senhor, através do profeta Isaías, fala sobre Cristo utilizando duas expressões da botânica: primeiro chamando-O de rebento, e depois de renovo. 

Ao pesquisarmos o significado dessas duas expressões, muitas vezes elas se confundem com uma outra palavra: broto.

Tanto rebento quanto renovo são plantas novas, mas pode haver sutis diferenças entre elas e o versículo que trata sobre elas exprime bem essa diferença. O rebento pode se originar do meio de um tronco, já o renovo se origina da terra, das raízes. Ambos são pequenos brotos, mas que podem ter origens diferentes.

O versículo diz que um rebento sairia a partir do tronco de Jessé e um renovo a partir das suas raízes. Ambas as expressões se referem à mesma pessoa - Cristo-, mas utilizando expressões distintas.

Cristo é aquele que vem do tronco, representando a força. O tronco de uma árvore representa a sua força, a sua sustentação externa. Grandes troncos dão a ideia de uma árvore forte e imponente. Cristo é a nossa força, o nosso sustentáculo, com Ele estamos sempre de pé.

Mas Cristo também está na raiz. A raiz de uma árvore também é a sua sustentação, mas interna. É dela que vem o alimento, os nutrientes para que o tronco e as demais partes se mantenham de pé. Muitas árvores possuem raízes gigantes, mas muitos não sabem porque não as vêem. Mas, com Cristo ao nosso lado temos raízes e são elas que nos fazem permanecer de pé.

Seja por fora ou por dentro, Cristo é o nosso sustento e a nossa força. É Ele quem nos mantém de pé todos os dias, é por meio d'Ele que a nossa estrutura não se abala e cai. Ele é o rebento que surge do tronco, e é o renovo que surge das raízes. Ele é tudo o que nós sempre precisamos.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Davi, a prefiguração de Cristo


Em outros posts já abordei sobre Isaque e Moisés como homens que prefiguraram  a Cristo nesta terra. Hoje quero falar sobre Davi, um homem que pelos escritos bíblicos também teve esse papel.

Davi é tão ligado a Cristo que Jesus é chamado Filho de Davi (Marcos 12:35). Essa expressão diz respeito a Jesus ser da linhagem messiânica de Davi, pois as Escrituras diziam que o Messias viria da descendência de Davi.

Mas Davi prefigura a Cristo em seu papel enquanto rei. O Salmos 22, escrito por Davi, relata o sofrimento do Messias no calvário. Davi se coloca como o ator no Salmos, mas na verdade, era apenas um prelúdio do que aconteceria milhares de anos depois com Jesus na cruz. O mesmo acontece no Salmos 69, escrito também por Davi em sua própria pessoa, mas que referencia acontecimentos futuros com o Messias.

Os profetas antigos também anunciaram a Jesus a partir da vida de Davi. Jeremias nos fala sobre o renovo de Davi, um rei que reinaria eternamente, trazendo justiça e segurança ao povo de Deus, ou seja, ele usa o reinado de Davi para exemplificar um reino que viria muitos anos depois, e que não teria fim (Jeremias 23:5-6).

O profeta Isaías anuncia um rebento que sairia a partir do tronco de Jessé, que era o próprio Jesus, sobre o qual repousaria o Espírito do Senhor (Isaías 11:1-2).

Tudo isso nos faz refletir que o reino de Davi não foi senão um prelúdio para o reino de Cristo, perfeito e eterno. Davi foi usado como instrumento de Deus para iniciar o reino que traria Cristo como o Rei supremo. Como Isaque e Moisés, Davi também é uma prefiguração do próprio Cristo.


sábado, 6 de maio de 2023

Não olhe as circunstâncias

 

Se Jairo tivesse olhado as circunstâncias e desse ouvidos às pessoas ao seu redor, sua filha não teria ressuscitado.

Se a viúva de Sarepta tivesse olhado as circunstâncias da fome em sua região e não tivesse dado ouvidos às palavras de Deus, ditas por meio de Elias, talvez tivesse morrido pela fome.

Pedro olhou as circunstâncias, olhou para a força do vento e da tempestade, e começou a afundar no mar. Não afundou porque Jesus lhe segurou pela mão.

Se Davi tivesse olhado para o tamanho do gigante ou tivesse dado ouvidos às palavras de Eliabe que tentava desencorajá-lo certamente não teria vencido o gigante.

Se Josué olhasse para as muralhas de Jericó, grandes e bem fechadas, não teria pelejado e aquelas muralhas não teriam caído.

Somos frequentemente tentados a olhar as circunstâncias ao invés de olhar para o Senhor e para o seu poder. O medo nos faz muitas vezes esquecer como é grande o Deus a qual servimos.

Mas não devemos olhar as circunstâncias, não devemos dar ouvidos àqueles que querem nos dizer que é impossível. Como Jesus disse a Jairo, não devemos temer, somente crer.

Deus está acima de toda circunstância. É maior que a morte, a fome, maior que o gigante e as muralhas. Ele é Deus e, sem dúvida, pode nos ajudar.


terça-feira, 2 de maio de 2023

Não deixe faltar azeite

Texto base: Mateus 25:1-13


O texto de hoje fala sobre 10 mulheres virgens que se preparavam para a festa de casamento, entretanto, 5 eram prudentes e 5 eram néscias (ignorantes, imprudentes). As néscias levaram lâmpadas para a festa, mas não levaram azeite, ao contrário das prudentes, que abasteceram-se de azeite. Isso significa que as néscias tinham luz para o momento, mas não tinham reserva.

Interessante notar que elas conheciam o noivo e queriam encontrar-se com ele, mas não tinham se preparado adequadamente. Vemos muito isso em nossos dias, pessoas que até conhecem a Deus (de ouvir falar), querem estar perto Dele, mas não se preparam, não pagam o alto preço da intimidade.

Quando o noivo chegou, só entraram para as bodas as que estavam abastecidas. O noivo é uma simbologia de Jesus. Muitos apresentam essa parábola comparando-a com a volta de Jesus, mas creio que a mensagem dela é também para o nosso presente. Jesus quer estar e festejar conosco todos os dias, mas será que as nossas lâmpadas estão acesas hoje? E para amanhã, será que temos azeite?

A unção de ontem não serve para hoje, e a de hoje não serve para amanhã. Todos os dias precisamos nos abastecer.

O noivo disse às néscias que não as conhecia. Interessante notar que elas conheciam o noivo, mas ele declarou que não as conhecia. Conhecer a Jesus é muito mais do que apenas já ter ouvido falar em seu nome ou saber suas histórias. Conhecer a Jesus é ter intimidade com Ele, é entrar para as bodas com Ele.

E como então nos abastecermos? Como podemos ter reserva e viver uma vida de intimidade com Jesus, o noivo? O que nos abastece para o amanhã é o conhecimento da Palavra. Mas o que nos dá o combustível diário é a oração. Se só lemos a Palavra e não oramos, com o passar do tempo o combustível acaba e não temos mais forças para ler a Palavra. Se somente oramos mas não conhecemos a Palavra, não temos armas suficientes para lutar contra as intempéries da vida. Oração e Palavra não se desgrudam, uma complementa a outra.

Como diz em Êxodo 27:20, tem que haver azeite, pois a lâmpada deve estar acesa continuamente. Como está o seu azeite? Você tem se preparado para encontrar-se com o noivo?