segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Um coração transformado para receber o novo de Deus

Texto-base: Lucas 5:36-39


Enquanto Jesus esteve nesta terra ele teve constantes problemas com uma classe de indivíduos: os fariseus. Eles O odiavam porque Jesus trazia um novo ensino, despido da hipocrisia religiosa e voltada para a verdadeira adoração a Deus. Isso os enfurecia, porque os fariseus viviam de preceitos religiosos e para eles uma nova forma de servir a Deus era inaceitável.

E para representar essa situação, Jesus usou uma parábola. Ele disse que ninguém costura um remendo novo em uma roupa velha, pois esta não suportará o remendo novo e rasgará. Para complementar, ele ainda dá outro exemplo, agora dizendo que ninguém coloca um vinho novo em um odre (recipiente onde eram colocados os vinhos) velho, pois o odre se romperá e o vinho derramará. Ele ainda sugere: remendo novo se coloca em roupas novas e vinho novo se coloca em odres novos. 

O que na verdade Jesus quis dizer é que não dava para adequar as velhas doutrinas dos fariseus àquilo que Jesus dizia. O Evangelho trazido por Jesus era algo novo, não é a toa que ele é denominado Boas-Novas, mas se eles não mudassem o coração para receber o que Ele estava dizendo, não suportariam aquelas palavras. 

De fato, ainda hoje vivemos como os fariseus. Não aceitamos o que Jesus nos diz porque as nossas roupas e odres estão velhos. Em vez de nos adequarmos aos ensinamentos de Jesus queremos que eles se adequem às nossas ideologias. Em outras palavras, não estamos dispostos a mudar a nossa forma de vida para recebermos a Palavra.

Queremos ser vistos e reconhecidos como cristãos, mas sem termos o trabalho de mudar o nosso caráter. E então, quando o Senhor quer nos transformar com a Sua Palavra, não temos estrutura e acabamos abandonando o Evangelho.

Servir a Jesus tem o custo da mudança. O reino de Deus é aquele que transforma por fora, como o grão de mostarda que cresce e se transforma em árvore, e por dentro, como o fermento que leveda toda a massa. Não podemos servir a Deus querendo nos parecer com o mundo. Para recebermos o vinho novo, devemos ter um odre novo. Para recebermos a Palavra em nós, temos que estar dispostos a ter um novo coração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A ressurreição de Lázaro: quem crê em Jesus não experimenta a morte

Texto-base: João 11:1-44


Na aldeia de Betânia moravam três grandes amigos de Jesus, a saber, Marta, Maria e Lázaro. Em certo tempo, Lázaro adoece gravemente. Não há relatos específicos sobre qual era a enfermidade, mas presume-se que era grave pois levou Lázaro à morte.

Quando Jesus fica sabendo que Lázaro estava doente, ainda esperou dois dias para ir até a aldeia. Nesse ínterim, ele morre. A demora de Jesus em ir a Lázaro não ocorreu por falta de amor da sua parte, pelo contrário, o próprio texto diz que Jesus amava Lázaro e suas irmãs. Ele demorou em ir até Betânia porque era preciso que ficassem afirmadas todas as evidências da morte de Lázaro a fim de todos crerem na sua ressurreição. Ainda, o propósito da ida de Jesus até a casa de Lázaro não era para curar mais uma enfermidade, mas trazer novamente à vida um morto, a fim de revelar a todos que o Seu poder vai além da vida, ele se estende sobre a morte.

Quando Jesus chega a Betânia, Marta e Maria estavam chorando o luto pelo irmão. Marta, mais agitada do que Maria ao saber da chegada de Jesus corre ao Seu encontro. Ela tinha certeza de que se Jesus estivesse ali enquanto Lázaro estava doente, ele não teria morrido. Mas Jesus queria levar Marta e Maria a um novo estágio na fé. Elas já sabiam do poder de Jesus sobre a doença, mas agora elas precisavam conhecer o poder Dele sobre a morte.

Jesus então ensina a Marta uma de suas mais belas lições, de que aquele que anda com Ele não experimenta a morte. A morte é uma das situações mais temidas pela humanidade, talvez por ninguém saber com detalhes o que acontece após a sua ocorrência. As palavras de Jesus à Marta nos consolam acerca disso, quando Jesus diz que quem crê Nele não experimenta a morte.

A ressurreição de Lázaro e posteriormente a ressurreição de Jesus confirmam o fim do poder da morte sobre a humanidade. Isso não significa que ninguém irá morrer fisicamente. A morte natural é um evento comum a todas as pessoas. O poder de Jesus sobre a morte indica que ela será apenas um fechar de olhos, o término de um ciclo para início de outro. Quem crê em Jesus não morre, apenas parte para a vida eterna, entretanto, quem não crê em Jesus e nas Suas palavras experimentará a morte eterna.

Por fim, a ressurreição de Lázaro foi uma maneira de Jesus nos mostrar que Ele tem poder sobre todas as coisas, até sobre aquilo que muitos consideram ser o fim de tudo. Por vezes nos encontramos em situações que parecem ser o fim. Não há mais solução, é apenas o que ouvimos. Mas Jesus tem poder sobre tudo o que acreditamos ser a morte. Aquilo que todos consideram o fim, pode ser o início de um grande agir de Deus.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O cego de nascença: a verdadeira cegueira está dentro

Texto-base: João 9


Esse milagre é relatado apenas por João. Um homem cego de nascença, mendigo, está próximo a Jesus. O texto não relata se ele pede a cura ou se Jesus espontaneamente vai até ele. Essa segunda opção parece ser a mais correta, haja vista o homem relatar posteriormente que não conhecia a Jesus.

A dúvida expressada pelos discípulos se aquela doença lhe sobreveio em consequência do cometimento de algum pecado e a resposta de Jesus em sequência, nos faz refletir que nem todo sofrimento é consequência de pecados cometidos. Muitas aflições são maneiras que Deus usa para manifestar a Sua glória e o Seu poder.

Jesus então faz lama com a terra misturada à sua saliva e aplica nos olhos do homem, mandando este se lavar no tanque denominado Enviado. Aquele homem cego teve que colocar a sua fé em ação para ser curado. Ele se lava e imediatamente passa a enxergar.

Mas ele não conhece a Jesus, apenas sabe o Seu nome. Após ser muito interrogado pelos fariseus sobre quem o havia curado, Jesus se apresenta a ele como Filho do Homem. Ele crê em Jesus e prova isso ao adorá-lo. Agora sim ele enxergava de verdade, pois Jesus apenas o havia curado da cegueira física, mas ainda residia nele a cegueira espiritual. 

Ao crer em Jesus ele fica inteiramente curado, interna e externamente. Ao contrário dos fariseus, homens que viam com os olhos naturais, mas eram cegos espiritualmente. Mesmo diante do Filho de Deus não se rendiam, mas se gabavam por se dizerem discípulos de Moisés. E por isso Jesus declara que por dizerem que viam, estavam cegos. Quando reconhecemos as nossas fraquezas e nos submetemos a Deus para nos ajudar, reconhecemos a Sua grandeza e a nossa dependência Dele. Quando nos achamos muito santos e espirituais, nos tornamos como os fariseus, com muita visão aos olhos humanos e cegos por dentro.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A mulher adúltera: qual lado é o nosso, da acusação ou do perdão?

Texto-base: João 8:1-11


No decorrer do ministério de Jesus, Ele vivenciou o ódio dos fariseus e anciãos judeus, que o cercavam de todas as maneiras para tentar extrair Dele alguma palavra contra as leis judaicas que desse espaço para acusá-lo.

Em certo dia, trouxeram a Jesus uma mulher que havia sido pega cometendo adultério. Pela lei de Moisés o adultério era um pecado passível de morte para aqueles que o cometiam (Levíticos 20:10). Assim, trouxeram a mulher e de forma humilhante a colocaram de pé no meio de uma roda de homens judeus, todos com pedras nas mãos para atirarem nela.

Mas antes de atirarem as pedras para matar a mulher, queriam primeiro perguntar a Jesus o que Ele dizia a esse respeito, sobre o que deveria se fazer àquela mulher. Na verdade, eles queriam apanhar Jesus em alguma palavra que desse brecha para depois o acusarem. Após insistência por parte deles em saber a opinião de Jesus, Ele diz que aquele que não cometesse nenhum pecado atirasse a primeira pedra na mulher.

Ao ouvirem essas palavras aqueles homens foram saindo, um a um, começando pelos mais velhos e deixando a mulher sozinha com Jesus. Ao vê-la, o Mestre questionou-lhe sobre onde estavam os seus acusadores. Sabendo que eles foram embora, Jesus também lhe disse que também não a condenaria, todavia, ordenou que ela não pecasse mais.

A história dessa mulher adúltera nos mostra dois lados existentes ainda hoje em nossa sociedade. O primeiro lado é dos acusadores, aqueles que enxergam apenas os erros das pessoas, sem olhar para os seus. Errar não é bom, mas antes de queremos acusar alguém pelos seus pecados, devemos olhar para dentro de nós e enxergarmos os nossos erros. Além disso, Tiago 4:12 nos diz que apenas Deus é juiz e que não cabe a nós julgarmos a ninguém.

O outro lado é o de Jesus, que mesmo ciente dos nossos erros, abre Seus braços para nos acolher e perdoar. Só Deus é Santo, Ele nunca falha, e portanto apenas Ele teria o direito de nos acusar. Mesmo assim, Ele prefere nos perdoar e nos conceder uma nova oportunidade. Foi o que aconteceu com aquela mulher, que recebeu de Jesus uma segunda chance.

Ainda, quando Jesus deu a resposta àqueles homens, Ele não estava desrespeitando as leis de Deus. A lei que condenava à morte o adúltero na verdade não visava matar as pessoas, mas impor o temor sobre aquele povo, condenar a imoralidade e mostrar a eles o valor que Deus atribuía à santidade. Ao não condenar a mulher, Jesus não estava sendo conivente com o pecado, mas queria mostrar aos religiosos que ao tentarmos impor uma sanção sobre o pecado de qualquer pessoa, primeiro devemos olhar para dentro de nós, que também cometemos erros. Por fim, mostrar que apesar de abominar o pecado, Deus tem prazer em nos perdoar.

Se hoje estamos do lado dos acusadores, passemos para o lado de Jesus, que olha para nós com olhos de amor e perdão. 


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A cura do paralítico de Betesda

 Texto-base: João 5:1-15

Em Jerusalém Jesus vai a um lugar um tanto curioso. Um tanque chamado Betesda onde ficavam muitos doentes, em tão grande número que o relato bíblico diz que eram uma multidão. Ali em certo tempo descia um anjo que movia as águas e o primeiro que entrasse no tanque após esse mover ficava curado.

Um homem paralítico também estava ali. Ele sofreu daquela enfermidade por trinta e oito anos. Jesus vendo-o ali, lhe pergunta se ele queria ser curado. Talvez para aquele homem aquela pergunta fosse óbvia, mas ao invés de dar a Jesus a resposta da sua pergunta, ele começa a resmungar seus problemas.

Ele diz a Jesus que ele não tinha ninguém que o levasse ao tanque quando a água era movida e assim nunca conseguia sua cura. 

Assim como aquele homem, muitas vezes ao invés de respondermos a Jesus, estamos simplesmente remoendo nossos problemas, nos vitimizando, nos colocando como coitados, sozinhos.

Jesus, sem dar ouvidos às reclamações do paralítico, lhe dá a palavra de cura. Imediatamente o homem percebeu que estava sendo curado. Pegou o leito em que estava deitado e foi embora, sem nem saber quem era Jesus.

Mais tarde ele encontra novamente com Jesus agora no templo. Agora era o momento dele ser curado em seu interior. Ali Jesus se revela a ele e lhe adverte para não pecar mais, a fim de que não lhe ocorresse algo pior. O que era mais terrível do que um homem vivendo paralítico, sem ser visto pela sociedade por trinta e oito anos? Na verdade a prisão da alma é muito pior. O que nos adoece por dentro pode ser muito mais mortal do que as doenças fisicas.

Jesus alerta o homem de que agora ele deveria andar com Deus, pois estava curado por dentro e por fora.



Apenas a Sua palavra é suficiente

 Texto-base: João 4:46-53


Apenas o Evangelho de João relata esse milagre. Um homem rico, oficial do rei foi até Jesus. Para encontrá-lo ele vai de uma cidade a outra, e lhe pede por seu filho que estava muito doente, quase morrendo.

Ao ver Jesus, ele lhe pede para descer à sua cidade para realizar o milagre. Talvez acreditasse que pela sua posição de prestígio Jesus logo o ouvisse, mas não foi bem assim. Ao fazer seu pedido a Jesus, Este lhe responde que ele só creria se visse da parte de Jesus milagres e sinais.

Novamente o oficial lhe pede para ir à sua cidade, antes que seu filho morresse. Mas Jesus não vai com ele, apenas lhe diz para retornar à sua casa, pois o seu filho já estava curado. Se formos imaginar a reação daquele homem podemos pensar que ele provavelmente se surpreendeu com a fala do Senhor, afinal aquele homem teria que retornar à sua cidade, viajando mais de um dia sem nenhuma garantia física, "apenas com aquela palavra".

Na verdade, essa palavra era a única coisa da qual ele necessitava. Temos que crer que a Palavra de Deus é suficiente para nos garantir vitória sobre qualquer situação. Ela é a verdade. Não precisamos de mais nada, apenas a Sua palavra é suficiente. Entretanto, cremos mais em fatos do que na Palavra dita pelo Senhor e talvez por isso Jesus tenha dito àquele homem que ele só creria se visse sinais e prodígios. Aquela era a oportunidade daquele oficial crer "apenas" na palavra dada por Jesus.

E ele creu. Pela fé ele foi embora de volta pra casa. Naquela época não havia comunicação de forma rápida como hoje. Mesmo sem ver nada oficialmente, aquele homem foi embora dali crendo que se Jesus disse iria se cumprir. Apenas no outro dia, quando estava já próximo à sua casa foi avisado por seus servos de que seu filho estava curado.

Pelo horário e pela melhora instantânea do filho, o oficial percebeu que foi no exato momento em que Jesus lhe deu a palavra de cura que ela ocorreu. O oficial do rei creu na palavra de Jesus e recebeu a sua recompensa.



Que tipo de pão temos buscado? Jesus é o Pão da Vida

 Texto-base: João 6


Em certo dia, Jesus cercado por uma multidão faminta, multiplica pães e peixes. Apenas cinco pães e dois peixes alimentaram mais de cinco mil pessoas. Ao verem um milagre de tamanha proporção, as pessoas ali presentes queriam fazer de Jesus o rei, mas eles ainda não haviam entendido que o Reino de Jesus não era dessa terra. Eles ainda estavam focados apenas nas coisas terrenas. Por esse motivo, Jesus se retira e eles o procuram por toda parte. Provavelmente pensavam que se Jesus tinha poder para multiplicar pães naquela magnitude, teria poder para fazer qualquer coisa. Eles estavam interessados no que Jesus poderia fazer, mas Jesus mostra a eles que não é o "Eu posso" que importa, mas o "Eu Sou".

Quando eles procuram por Jesus e lhe encontram, Jesus lhes declara que havia outro pão que Ele queria lhes dar, não um pão físico mas espiritual. Novamente o povo se lembra do material, falando sobre o maná que o povo de Israel comeu no deserto. Jesus então se declara a eles como o Pão da Vida, o alimento que eles precisavam para nunca mais terem fome. E acrescenta que para serem seus discípulos, precisavam crer em Jesus, na Sua missão, comendo a Sua carne e bebendo o Seu sangue. Naquele tempo ainda não estava tão nítido o que isso significava pois Ele ainda não havia morrido, mas hoje sabemos que o que Jesus queria dizer era que temos que crer no Seu sacrifício, não apenas no sentido de acreditar que Ele morreu na cruz, mas recebendo todas as dádivas que esse sacrifício nos trouxe.

Mas essa mensagem foi dura àquelas pessoas, pois o que eles queriam de Jesus eram apenas os seus milagres. E após esse discurso muitos que se diziam seus discípulos já não andavam com Ele. Muitas pessoas também estão com Jesus apenas para obter bênçãos. Servem a Ele para prosperar, oram muito para conseguir um emprego melhor, fazem campanhas para serem curados, entretanto, esse tipo de discípulo só se sustenta enquanto os pães estão sendo multiplicados. Quando é preciso estar com Jesus sem ter bênçãos, servindo-o apenas por quem Ele é, o abandonam.

Jesus tem todo o poder para fazer milagres mas Ele espera que sejamos seus discípulos não pelo que Ele pode fazer, mas por quem Ele é. Ele é o Pão da Vida, apenas em Sua presença podemos nos saciar verdadeiramente.