sábado, 28 de novembro de 2020

Paulo, o homem que precisou ficar cego para enxergar

Texto-base: Atos 9:1-9


A conversão de Paulo ao cristianismo é sem dúvida uma linda passagem. Antes de sua conversão, Paulo foi um perseguidor da igreja. Prendeu as pessoas que falavam de Jesus e consentia na morte de cristãos.

Certa vez, indo para Damasco com o intuito de prender cristãos, teve um encontro com Jesus. Perto de chegar em Damasco, Paulo vê uma forte luz e cai por terra. Ali Jesus fala com ele, e lhe questiona porquê ele O tem perseguido.

Quando ele se levanta, percebe que está sem visão. Paulo instantaneamente fica cego, sendo levado pelas mãos dos homens que iam com ele. Em Damasco, fica três dias sem comer ou beber nada, até que é visitado por Ananias, tem sua visão restaurada e passar a seguir a Cristo. Após tudo isso, ele passa a ser o apóstolo fantástico que conhecemos.

Mas um fato é curioso na conversão de Paulo: por que ele fica cego? Por que ele não apenas se converte sem ter que perder a visão? O fato é que, antes do encontro com Cristo, Paulo já era cego, não fisicamente, mas no âmbito espiritual. Aquele homem vivia em trevas, pois qualquer que não reconhece a Cristo, vive nas trevas. Jesus é a luz da vida, e quem o segue não anda em trevas.

Se Paulo não seguia a Cristo, ele vivia em trevas, isto é, era cego por dentro. Mas para que ele olhasse para dentro de si, foi preciso parar de olhar para fora. Paulo acreditava ser um grande servo de Deus. A sua religiosidade o fazia acreditar que ele vivia retamente. Olhando apenas para os preceitos religiosos, ele acreditava enxergar demais. 

Mas Deus lhe tirou justamente o que lhe impedia de enxergá-lo. Ele precisava deixar de olhar o exterior, para os preceitos religiosos e olhar para o seu interior, apodrecido pelo pecado.

Jesus nos diz que se os nossos olhos forem maus, melhor arrancá-los e entrar no céu cego do que ter olhos e ir para o inferno. Essa passagem não deve ser entendida no sentido literal, ninguém precisa se mutilar, mas no caso de Paulo aquele homem ficou literalmente sem os olhos, para conseguir se ver por dentro.

Precisamos dos nossos olhos físicos, mas mais importantes do que eles, necessitamos de visão espiritual. Os nossos olhos nos ajudam a realizar as coisas dessa terra, mas são os olhos espirituais que nos darão acesso ao reino de Deus. As trevas não irão resplandecer sobre a luz.


Ananias e Safira: o exemplo da hipocrisia religiosa

 Texto-base: Atos 5:1-11


A igreja primitiva é um exemplo para nós. Os primeiros cristãos viviam em real santidade e tudo o que pertencia a um, também pertencia a todos. Aquela igreja vivia a unidade verdadeira, que deveríamos viver hoje, mas que por tantos motivos não vivemos.

A comunhão entre eles era tanta, que as pessoas vendiam seus pertences para colocá-los totalmente à disposição da igreja. Assim, ninguém na comunidade passava necessidade e não havia falta de nada no templo. Em nossos dias não vemos nada semelhante a isso e na verdade não podemos nem mesmo culpar os cristãos por isso, haja vista a quantidade de escândalos financeiros que temos visto nas lideranças eclesiásticas.

Mas na igreja primitiva era diferente. Os bens que eram vendidos eram distribuídos entre os fiéis de forma correta. Não havia roubos, subornos e nenhum tipo de corrupção. Todavia, surge um casal chamado Ananias e Safira, que faziam parte da igreja e resolveram vender uma propriedade. Mas ao invés de doar todo o valor à igreja como faziam os demais cristãos, resolveram ficar secretamente com parte da quantia recebida. 

Mas o Espírito revela a Pedro acerca da atitude deles. Pedro então repreende a Ananias pela sua atitude hipócrita e lhe diz que não havia necessidade de agir assim, pois o campo era dele e ele poderia utilizar o valor recebido da forma que quisesse. Pedro ainda o acusa de mentir a Deus e ao Espírito Santo. Na verdade, o erro deste casal não foi por não entregarem tudo aos apóstolos. Eles pecaram por terem fingido ter dado toda a quantia, se passando por zelosos pela obra, quando na verdade uma parte estava escondida em poder deles.

Ao ouvir as palavras de Pedro, Ananias cai e morre subitamente. Quando sua esposa Safira chega, poucas horas depois, sem saber da morte do marido, é interrogada por Pedro sobre a quantia que o terreno foi vendido. Por também ter mentido sobre o valor, sendo acusada por Pedro de ter tentado o Espírito do Senhor, ela morre da mesma forma que o marido.

A sentença de Ananias e Safira parece ser muito dura aos nossos olhos, todavia, quando os cristãos da época ouviram o que aconteceu àquele casal, foram tomados de temor. O problema dos nossos dias atuais é que temos relativizado a santidade de Deus. Ele é Santo e não há qualquer tipo de desvio em Seu caráter. Ananias e Safira viviam entre os cristãos em um ambiente de total comunhão. A forma como a igreja primitiva viveu é o exemplo de como a comunidade eclesiástica teria que viver hoje. Aquele povo estava vivendo em um ambiente de milagres e sinais constantes. O Espírito Santo era notável entre os cristãos. Havia amor e unidade admirável entre os membros da igreja. A atitude deles revelava um descaso com tudo aquilo. A hipocrisia sempre foi duramente criticada por Jesus, pois ao mentirmos à igreja querendo ser no exterior algo que não somos por dentro, estamos agindo de forma farisaica. Ainda, estamos desprezando o fato de que Deus vê todas as coisas.

Se Ananias e Safira não tivessem sofrido o dano pelo erro cometido, abririam espaço para situações como essa existirem na igreja daqueles tempos. Infelizmente, hoje existem muitos cristãos agindo da mesma maneira que aquele casal. Sem dúvida, caso não se arrependam, sofrerão o juízo pela hipocrisia. Deus é Santo, Ele não se deixa escarnecer.


Pedro: pescador impulsivo, discípulo que negou a Jesus, líder da igreja primitiva, mártir pelo Evangelho

Texto-base: João 21:15-19


Pedro é talvez o discípulo mais conhecido dentre os doze, mesmo por aqueles que não têm muita familiaridade com a Bíblia. Ela era um pescador e foi chamado por Jesus para o ministério após presenciar uma pesca milagrosa. A Bíblia diz que quando recebeu o chamado, Pedro deixou tudo e seguiu a Jesus. A partir de então, Pedro presenciou muitas situações ao lado do Mestre.

Quando Jesus pergunta aos discípulos quem eles achavam que Ele era, Pedro sem hesitar responde que Ele era o Cristo, o Filho de Deus (João 16:17). Jesus o elogiou, dizendo que foi o próprio Deus quem lhe deu essa revelação.

Nesta mesma ocasião, Jesus corrige a Pedro quando este lhe diz para não falar mais que morreria. Nesta hora, enfaticamente Jesus não repreende a Pedro, mas a Satanás, indicando que o apóstolo naquele momento estava sendo usado pelo inimigo (João 16:22-23).

É Pedro quem não concorda com a atitude de Jesus em lhe lavar os pés. Mas Jesus lhe mostra que para ser discípulo é preciso servir. Também é Pedro quem corta a orelha de um dos homens que foram prender Jesus no Getsêmani. As atitudes de Pedro revelavam o homem explosivo e impulsivo que ele era.

Pouco antes de ser preso, Pedro diz a Jesus que estava pronto para morrer por Ele. Mas o próprio Jesus lhe alerta de que ele não morreria por Ele, mas negaria conhecê-Lo. De fato, quando Jesus foi preso, Pedro por três vezes negou que O conhecia. Em uma delas, enquanto ele O nega, Jesus o vê. Quando Pedro caiu em si e percebeu que ele havia acabado de negar aquele com quem conviveu intimamente por aproximadamente três anos, só lhe restou chorar amargamente.

Então Jesus morre, e provavelmente aqueles momentos em que ele negou a Cristo não saem de sua mente. Pode ser que os dois dias em que Pedro ficou longe de Jesus, acreditando que Seu ministério havia acabado fizeram-no refletir sobre o lugar que Jesus ocupava na vida dele.

Quando Jesus ressuscita, um anjo ordena às mulheres para dizerem aos discípulos e a Pedro que fossem para a Galiléia a fim de se encontrarem com Jesus. Ele sabia que o coração de Pedro estava triste com o que havia ocorrido. Mas é no mar de Tiberíades que Jesus realmente confrontou a Pedro. Jesus lhe perguntou por três vezes se ele O amava - a mesma quantidade de vezes que ele o negou. Naquele dia Pedro reconheceu que não amava a Jesus como pensava, mas que queria mudar. Jesus então o comissiona a liderar a igreja que iria se formar após a Sua partida.

E Pedro obedeceu. Ele foi o líder da igreja primitiva. Em apenas dois discursos feitos, cerca de cinco mil pessoas se converteram. Pedro recusou obedecer às autoridades quando estas queriam lhe proibir de falar acerca de Jesus. No final de sua vida, Pedro morreu crucificado como mártir pelo Evangelho. O homem que negou Jesus agora dava a sua vida por Ele.

A trajetória de Pedro nos mostra que as quedas fazem parte da nossa caminhada cristã. Aquele pescador precisava amadurecer para pastorear as ovelhas do Senhor e foi necessário errar para aprender. Ainda que tenhamos cometido graves faltas no decorrer do nosso percurso ou no ministério, podemos ter a certeza que se arrependermos e buscarmos mudança, Deus é poderoso para reescrever sobre nós uma nova história.

Dele vem os pães e peixes

Texto-base: João 21:3-13


Jesus ressuscitou e após esse acontecimento, apareceu algumas vezes aos seus discípulos. Em uma delas, eles estavam pescando no mar de Tiberíades. Quando Jesus se aproxima deles, sem se dar a conhecer, lhes pergunta se eles têm alguma coisa para comer. Os discípulos, desanimados por não terem apanhado nada, respondem que não. Então Jesus lhes manda lançar a rede pelo lado direito, para encontrarem peixes. Eles obedeceram e apanharam tantos peixes que ficou difícil até mesmo puxar a rede. Nesse momento eles se lembram de um evento semelhante a esse, ocorrido no início do ministério de Jesus, e então O reconhecem (Lucas 5:1-7).

Quando eles chegam à areia da praia, eles vêem um braseiro com peixes e pães em cima. A questão é: não foi Jesus quem lhes pediu algo para comer? Então, como agora eles viam pães e peixes assados sobre brasas?

Na verdade, quando Jesus lhes pergunta se eles têm algo o que comer, não era porque Jesus necessitasse que eles lhe dessem alimento, mas Ele estava lhes instigando a buscarem comida. Jesus sabia onde tinha peixes, eles não. Então Jesus os direciona ao lugar onde os encontrariam.

Muitas vezes estamos caminhando em círculos, tateando, batendo a cabeça contra a parede, tentando encontrar sozinhos soluções para os nossos problemas. Na verdade, é em Jesus que encontramos o que precisamos. Ele tinha pães e peixes, Ele tinha o alimento e queria mostrar aos discípulos onde encontrariam. Não apenas o que precisamos, Ele tem mais do que esperamos, pois os discípulos apanharam peixes, todavia, Jesus tinha também pães.

Muitas vezes estamos achando que Deus precisa de nós para fazer milagres, mas nós é que dependemos Dele. Ele tem o que precisamos, nossa parte está em obedecê-Lo, lançar a rede onde Ele nos ordena e tirar dali o alimento.

Quando os discípulos obedeceram apanharam imensa quantidade de peixes, mas ao chegarem na terra, perceberam que Jesus já tinha peixes e pães na brasa. Isso nos mostra que tudo vem Dele, Jesus já tem tudo em Suas mãos e tudo o que pertence a nós Ele quer nos dar. Importa que obedeçamos à sua voz para recebermos. 



segunda-feira, 23 de novembro de 2020

As lições da Videira

Texto-base: João 15:1-8


Neste texto Jesus se compara à uma videira, sendo Deus o agricultor e nós os ramos. Um ramo é uma subdivisão da árvore, uma espécie de "filho" dela. O ramo não existe sem a árvore, sua geradora.

Jesus diz que todo ramo que não der fruto será cortado e todo o que produz fruto, será limpo para que produza mais ainda. Ele salienta que essa limpeza é feita pela Palavra. Quanto mais cheios da Palavra de Deus estivermos, mais vamos nos santificando.

Por ser parte da árvore, o ramo só produz fruto se estiver unido à ela, recebendo dela os nutrientes de que precisa para crescer e frutificar. Da mesma forma, só poderemos frutificar se estivermos unidos ao Senhor e aos Seus propósitos. Entretanto, se não estivermos unidos a Jesus, seremos como ramos fora da árvore, secos e sem vida, e por consequência não receberemos a salvação eterna. Quando um ramo é retirado de uma árvore, a princípio ele aparenta estar bem, mas com o passar do tempo ele começa a murchar, mais e mais, até se secar. Quando vemos um ramo seco, ele não se parece mais com aquele ramo verde que um dia existiu.

Longe de Jesus e das Suas palavras somos ramos secos, sem vida, pois fomos criados para o Seu propósito. Quem se afasta das Suas palavras, a princípio até parece que está bem, mas com o passar do tempo, vai se secando até que a vida de Deus que havia em si, é totalmente destruída.

Quando estamos unidos a Jesus, damos muito fruto, somos reconhecidos como Seus discípulos e Deus é glorificado em nós. Não fomos criados para vagar nessa terra. Cada vida tem um propósito aos olhos de Deus. Fomos criados para fazer o nome Dele ser reconhecido e exaltado entre os povos. Quando fugimos desse propósito e passamos a achar que somos ramos independentes, acabamos por ser cortados da árvore e viramos ramos secos, sem vida.

Que venhamos a refletir sobre o nosso propósito nesta terra, e se não estamos mais nessa videira, voltarmos à ela. Só há vida em Jesus e só há felicidade quando permanecemos Nele.


Um coração transformado para receber o novo de Deus

Texto-base: Lucas 5:36-39


Enquanto Jesus esteve nesta terra ele teve constantes problemas com uma classe de indivíduos: os fariseus. Eles O odiavam porque Jesus trazia um novo ensino, despido da hipocrisia religiosa e voltada para a verdadeira adoração a Deus. Isso os enfurecia, porque os fariseus viviam de preceitos religiosos e para eles uma nova forma de servir a Deus era inaceitável.

E para representar essa situação, Jesus usou uma parábola. Ele disse que ninguém costura um remendo novo em uma roupa velha, pois esta não suportará o remendo novo e rasgará. Para complementar, ele ainda dá outro exemplo, agora dizendo que ninguém coloca um vinho novo em um odre (recipiente onde eram colocados os vinhos) velho, pois o odre se romperá e o vinho derramará. Ele ainda sugere: remendo novo se coloca em roupas novas e vinho novo se coloca em odres novos. 

O que na verdade Jesus quis dizer é que não dava para adequar as velhas doutrinas dos fariseus àquilo que Jesus dizia. O Evangelho trazido por Jesus era algo novo, não é a toa que ele é denominado Boas-Novas, mas se eles não mudassem o coração para receber o que Ele estava dizendo, não suportariam aquelas palavras. 

De fato, ainda hoje vivemos como os fariseus. Não aceitamos o que Jesus nos diz porque as nossas roupas e odres estão velhos. Em vez de nos adequarmos aos ensinamentos de Jesus queremos que eles se adequem às nossas ideologias. Em outras palavras, não estamos dispostos a mudar a nossa forma de vida para recebermos a Palavra.

Queremos ser vistos e reconhecidos como cristãos, mas sem termos o trabalho de mudar o nosso caráter. E então, quando o Senhor quer nos transformar com a Sua Palavra, não temos estrutura e acabamos abandonando o Evangelho.

Servir a Jesus tem o custo da mudança. O reino de Deus é aquele que transforma por fora, como o grão de mostarda que cresce e se transforma em árvore, e por dentro, como o fermento que leveda toda a massa. Não podemos servir a Deus querendo nos parecer com o mundo. Para recebermos o vinho novo, devemos ter um odre novo. Para recebermos a Palavra em nós, temos que estar dispostos a ter um novo coração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A ressurreição de Lázaro: quem crê em Jesus não experimenta a morte

Texto-base: João 11:1-44


Na aldeia de Betânia moravam três grandes amigos de Jesus, a saber, Marta, Maria e Lázaro. Em certo tempo, Lázaro adoece gravemente. Não há relatos específicos sobre qual era a enfermidade, mas presume-se que era grave pois levou Lázaro à morte.

Quando Jesus fica sabendo que Lázaro estava doente, ainda esperou dois dias para ir até a aldeia. Nesse ínterim, ele morre. A demora de Jesus em ir a Lázaro não ocorreu por falta de amor da sua parte, pelo contrário, o próprio texto diz que Jesus amava Lázaro e suas irmãs. Ele demorou em ir até Betânia porque era preciso que ficassem afirmadas todas as evidências da morte de Lázaro a fim de todos crerem na sua ressurreição. Ainda, o propósito da ida de Jesus até a casa de Lázaro não era para curar mais uma enfermidade, mas trazer novamente à vida um morto, a fim de revelar a todos que o Seu poder vai além da vida, ele se estende sobre a morte.

Quando Jesus chega a Betânia, Marta e Maria estavam chorando o luto pelo irmão. Marta, mais agitada do que Maria ao saber da chegada de Jesus corre ao Seu encontro. Ela tinha certeza de que se Jesus estivesse ali enquanto Lázaro estava doente, ele não teria morrido. Mas Jesus queria levar Marta e Maria a um novo estágio na fé. Elas já sabiam do poder de Jesus sobre a doença, mas agora elas precisavam conhecer o poder Dele sobre a morte.

Jesus então ensina a Marta uma de suas mais belas lições, de que aquele que anda com Ele não experimenta a morte. A morte é uma das situações mais temidas pela humanidade, talvez por ninguém saber com detalhes o que acontece após a sua ocorrência. As palavras de Jesus à Marta nos consolam acerca disso, quando Jesus diz que quem crê Nele não experimenta a morte.

A ressurreição de Lázaro e posteriormente a ressurreição de Jesus confirmam o fim do poder da morte sobre a humanidade. Isso não significa que ninguém irá morrer fisicamente. A morte natural é um evento comum a todas as pessoas. O poder de Jesus sobre a morte indica que ela será apenas um fechar de olhos, o término de um ciclo para início de outro. Quem crê em Jesus não morre, apenas parte para a vida eterna, entretanto, quem não crê em Jesus e nas Suas palavras experimentará a morte eterna.

Por fim, a ressurreição de Lázaro foi uma maneira de Jesus nos mostrar que Ele tem poder sobre todas as coisas, até sobre aquilo que muitos consideram ser o fim de tudo. Por vezes nos encontramos em situações que parecem ser o fim. Não há mais solução, é apenas o que ouvimos. Mas Jesus tem poder sobre tudo o que acreditamos ser a morte. Aquilo que todos consideram o fim, pode ser o início de um grande agir de Deus.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O cego de nascença: a verdadeira cegueira está dentro

Texto-base: João 9


Esse milagre é relatado apenas por João. Um homem cego de nascença, mendigo, está próximo a Jesus. O texto não relata se ele pede a cura ou se Jesus espontaneamente vai até ele. Essa segunda opção parece ser a mais correta, haja vista o homem relatar posteriormente que não conhecia a Jesus.

A dúvida expressada pelos discípulos se aquela doença lhe sobreveio em consequência do cometimento de algum pecado e a resposta de Jesus em sequência, nos faz refletir que nem todo sofrimento é consequência de pecados cometidos. Muitas aflições são maneiras que Deus usa para manifestar a Sua glória e o Seu poder.

Jesus então faz lama com a terra misturada à sua saliva e aplica nos olhos do homem, mandando este se lavar no tanque denominado Enviado. Aquele homem cego teve que colocar a sua fé em ação para ser curado. Ele se lava e imediatamente passa a enxergar.

Mas ele não conhece a Jesus, apenas sabe o Seu nome. Após ser muito interrogado pelos fariseus sobre quem o havia curado, Jesus se apresenta a ele como Filho do Homem. Ele crê em Jesus e prova isso ao adorá-lo. Agora sim ele enxergava de verdade, pois Jesus apenas o havia curado da cegueira física, mas ainda residia nele a cegueira espiritual. 

Ao crer em Jesus ele fica inteiramente curado, interna e externamente. Ao contrário dos fariseus, homens que viam com os olhos naturais, mas eram cegos espiritualmente. Mesmo diante do Filho de Deus não se rendiam, mas se gabavam por se dizerem discípulos de Moisés. E por isso Jesus declara que por dizerem que viam, estavam cegos. Quando reconhecemos as nossas fraquezas e nos submetemos a Deus para nos ajudar, reconhecemos a Sua grandeza e a nossa dependência Dele. Quando nos achamos muito santos e espirituais, nos tornamos como os fariseus, com muita visão aos olhos humanos e cegos por dentro.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A mulher adúltera: qual lado é o nosso, da acusação ou do perdão?

Texto-base: João 8:1-11


No decorrer do ministério de Jesus, Ele vivenciou o ódio dos fariseus e anciãos judeus, que o cercavam de todas as maneiras para tentar extrair Dele alguma palavra contra as leis judaicas que desse espaço para acusá-lo.

Em certo dia, trouxeram a Jesus uma mulher que havia sido pega cometendo adultério. Pela lei de Moisés o adultério era um pecado passível de morte para aqueles que o cometiam (Levíticos 20:10). Assim, trouxeram a mulher e de forma humilhante a colocaram de pé no meio de uma roda de homens judeus, todos com pedras nas mãos para atirarem nela.

Mas antes de atirarem as pedras para matar a mulher, queriam primeiro perguntar a Jesus o que Ele dizia a esse respeito, sobre o que deveria se fazer àquela mulher. Na verdade, eles queriam apanhar Jesus em alguma palavra que desse brecha para depois o acusarem. Após insistência por parte deles em saber a opinião de Jesus, Ele diz que aquele que não cometesse nenhum pecado atirasse a primeira pedra na mulher.

Ao ouvirem essas palavras aqueles homens foram saindo, um a um, começando pelos mais velhos e deixando a mulher sozinha com Jesus. Ao vê-la, o Mestre questionou-lhe sobre onde estavam os seus acusadores. Sabendo que eles foram embora, Jesus também lhe disse que também não a condenaria, todavia, ordenou que ela não pecasse mais.

A história dessa mulher adúltera nos mostra dois lados existentes ainda hoje em nossa sociedade. O primeiro lado é dos acusadores, aqueles que enxergam apenas os erros das pessoas, sem olhar para os seus. Errar não é bom, mas antes de queremos acusar alguém pelos seus pecados, devemos olhar para dentro de nós e enxergarmos os nossos erros. Além disso, Tiago 4:12 nos diz que apenas Deus é juiz e que não cabe a nós julgarmos a ninguém.

O outro lado é o de Jesus, que mesmo ciente dos nossos erros, abre Seus braços para nos acolher e perdoar. Só Deus é Santo, Ele nunca falha, e portanto apenas Ele teria o direito de nos acusar. Mesmo assim, Ele prefere nos perdoar e nos conceder uma nova oportunidade. Foi o que aconteceu com aquela mulher, que recebeu de Jesus uma segunda chance.

Ainda, quando Jesus deu a resposta àqueles homens, Ele não estava desrespeitando as leis de Deus. A lei que condenava à morte o adúltero na verdade não visava matar as pessoas, mas impor o temor sobre aquele povo, condenar a imoralidade e mostrar a eles o valor que Deus atribuía à santidade. Ao não condenar a mulher, Jesus não estava sendo conivente com o pecado, mas queria mostrar aos religiosos que ao tentarmos impor uma sanção sobre o pecado de qualquer pessoa, primeiro devemos olhar para dentro de nós, que também cometemos erros. Por fim, mostrar que apesar de abominar o pecado, Deus tem prazer em nos perdoar.

Se hoje estamos do lado dos acusadores, passemos para o lado de Jesus, que olha para nós com olhos de amor e perdão. 


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A cura do paralítico de Betesda

 Texto-base: João 5:1-15

Em Jerusalém Jesus vai a um lugar um tanto curioso. Um tanque chamado Betesda onde ficavam muitos doentes, em tão grande número que o relato bíblico diz que eram uma multidão. Ali em certo tempo descia um anjo que movia as águas e o primeiro que entrasse no tanque após esse mover ficava curado.

Um homem paralítico também estava ali. Ele sofreu daquela enfermidade por trinta e oito anos. Jesus vendo-o ali, lhe pergunta se ele queria ser curado. Talvez para aquele homem aquela pergunta fosse óbvia, mas ao invés de dar a Jesus a resposta da sua pergunta, ele começa a resmungar seus problemas.

Ele diz a Jesus que ele não tinha ninguém que o levasse ao tanque quando a água era movida e assim nunca conseguia sua cura. 

Assim como aquele homem, muitas vezes ao invés de respondermos a Jesus, estamos simplesmente remoendo nossos problemas, nos vitimizando, nos colocando como coitados, sozinhos.

Jesus, sem dar ouvidos às reclamações do paralítico, lhe dá a palavra de cura. Imediatamente o homem percebeu que estava sendo curado. Pegou o leito em que estava deitado e foi embora, sem nem saber quem era Jesus.

Mais tarde ele encontra novamente com Jesus agora no templo. Agora era o momento dele ser curado em seu interior. Ali Jesus se revela a ele e lhe adverte para não pecar mais, a fim de que não lhe ocorresse algo pior. O que era mais terrível do que um homem vivendo paralítico, sem ser visto pela sociedade por trinta e oito anos? Na verdade a prisão da alma é muito pior. O que nos adoece por dentro pode ser muito mais mortal do que as doenças fisicas.

Jesus alerta o homem de que agora ele deveria andar com Deus, pois estava curado por dentro e por fora.



Apenas a Sua palavra é suficiente

 Texto-base: João 4:46-53


Apenas o Evangelho de João relata esse milagre. Um homem rico, oficial do rei foi até Jesus. Para encontrá-lo ele vai de uma cidade a outra, e lhe pede por seu filho que estava muito doente, quase morrendo.

Ao ver Jesus, ele lhe pede para descer à sua cidade para realizar o milagre. Talvez acreditasse que pela sua posição de prestígio Jesus logo o ouvisse, mas não foi bem assim. Ao fazer seu pedido a Jesus, Este lhe responde que ele só creria se visse da parte de Jesus milagres e sinais.

Novamente o oficial lhe pede para ir à sua cidade, antes que seu filho morresse. Mas Jesus não vai com ele, apenas lhe diz para retornar à sua casa, pois o seu filho já estava curado. Se formos imaginar a reação daquele homem podemos pensar que ele provavelmente se surpreendeu com a fala do Senhor, afinal aquele homem teria que retornar à sua cidade, viajando mais de um dia sem nenhuma garantia física, "apenas com aquela palavra".

Na verdade, essa palavra era a única coisa da qual ele necessitava. Temos que crer que a Palavra de Deus é suficiente para nos garantir vitória sobre qualquer situação. Ela é a verdade. Não precisamos de mais nada, apenas a Sua palavra é suficiente. Entretanto, cremos mais em fatos do que na Palavra dita pelo Senhor e talvez por isso Jesus tenha dito àquele homem que ele só creria se visse sinais e prodígios. Aquela era a oportunidade daquele oficial crer "apenas" na palavra dada por Jesus.

E ele creu. Pela fé ele foi embora de volta pra casa. Naquela época não havia comunicação de forma rápida como hoje. Mesmo sem ver nada oficialmente, aquele homem foi embora dali crendo que se Jesus disse iria se cumprir. Apenas no outro dia, quando estava já próximo à sua casa foi avisado por seus servos de que seu filho estava curado.

Pelo horário e pela melhora instantânea do filho, o oficial percebeu que foi no exato momento em que Jesus lhe deu a palavra de cura que ela ocorreu. O oficial do rei creu na palavra de Jesus e recebeu a sua recompensa.



Que tipo de pão temos buscado? Jesus é o Pão da Vida

 Texto-base: João 6


Em certo dia, Jesus cercado por uma multidão faminta, multiplica pães e peixes. Apenas cinco pães e dois peixes alimentaram mais de cinco mil pessoas. Ao verem um milagre de tamanha proporção, as pessoas ali presentes queriam fazer de Jesus o rei, mas eles ainda não haviam entendido que o Reino de Jesus não era dessa terra. Eles ainda estavam focados apenas nas coisas terrenas. Por esse motivo, Jesus se retira e eles o procuram por toda parte. Provavelmente pensavam que se Jesus tinha poder para multiplicar pães naquela magnitude, teria poder para fazer qualquer coisa. Eles estavam interessados no que Jesus poderia fazer, mas Jesus mostra a eles que não é o "Eu posso" que importa, mas o "Eu Sou".

Quando eles procuram por Jesus e lhe encontram, Jesus lhes declara que havia outro pão que Ele queria lhes dar, não um pão físico mas espiritual. Novamente o povo se lembra do material, falando sobre o maná que o povo de Israel comeu no deserto. Jesus então se declara a eles como o Pão da Vida, o alimento que eles precisavam para nunca mais terem fome. E acrescenta que para serem seus discípulos, precisavam crer em Jesus, na Sua missão, comendo a Sua carne e bebendo o Seu sangue. Naquele tempo ainda não estava tão nítido o que isso significava pois Ele ainda não havia morrido, mas hoje sabemos que o que Jesus queria dizer era que temos que crer no Seu sacrifício, não apenas no sentido de acreditar que Ele morreu na cruz, mas recebendo todas as dádivas que esse sacrifício nos trouxe.

Mas essa mensagem foi dura àquelas pessoas, pois o que eles queriam de Jesus eram apenas os seus milagres. E após esse discurso muitos que se diziam seus discípulos já não andavam com Ele. Muitas pessoas também estão com Jesus apenas para obter bênçãos. Servem a Ele para prosperar, oram muito para conseguir um emprego melhor, fazem campanhas para serem curados, entretanto, esse tipo de discípulo só se sustenta enquanto os pães estão sendo multiplicados. Quando é preciso estar com Jesus sem ter bênçãos, servindo-o apenas por quem Ele é, o abandonam.

Jesus tem todo o poder para fazer milagres mas Ele espera que sejamos seus discípulos não pelo que Ele pode fazer, mas por quem Ele é. Ele é o Pão da Vida, apenas em Sua presença podemos nos saciar verdadeiramente.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O malfeitor arrependido que reconheceu que Jesus era o Rei

 Texto-base: Lucas 23:39-43

Os capítulos que tratam da crucificação de Jesus são sempre difíceis de lermos, por imaginarmos todo o sofrimento que Ele enfrentou por nós. Jesus foi traído, negado, espancado, humilhado, carregou uma cruz com um peso imensurável e por fim ainda sofreu a dor e a humilhação de ser crucificado e ficar ali, até a sua morte.

Junto a Jesus, foram crucificados dois criminosos. Apenas o evangelho de Lucas retrata o diálogo que houve entre esses homens e Jesus.

Um dos homens, assim como a maioria dos que estavam assistindo a crucificação, blasfemava contra Jesus lhe dizendo que se Ele fosse realmente o Cristo, salvaria tanto a si mesmo como aqueles que ali estavam crucificados.

O outro homem, surpreendentemente, teve uma atitude diferente. Repreendeu o outro criminoso, dizendo-lhe que eles mereciam estar ali, mas Jesus não, pois Ele era inocente. E ainda disse a Jesus para se lembrar dele quando Ele viesse em Seu reino.

É interessante notar que mesmo em um ambiente de humilhação e dor, um malfeitor ainda encontrava fôlego para acusar Jesus. Todavia, o outro crucificado teve uma postura diferente. Não se sabe mais nada acerca daquele homem, mas talvez ele já tivesse em algum momento ouvido os sermões de Jesus ou visto algum de seus milagres. Apesar de ter rejeitado esses ensinamentos e seguido para o crime (ele mesmo havia reconhecido que merecia aquela crucificação), no fundo aquele homem sabia que a verdade estava em Jesus.

Ele reconheceu que Jesus era justo e não havia cometido nenhum crime para merecer estar ali. Mas não apenas isso, ele reconheceu que Jesus era realmente o Cristo e que havia um reino sob o Seu domínio, do qual ele também queria fazer parte, haja vista o pedido dele a Jesus para se lembrar dele quando estivesse no Seu reino.

O pedido desse homem e o reconhecimento dele acerca da pessoa de Jesus foi algo impressionante. Aquele ambiente de crucificação talvez o tivesse feito repensar seus atos e se contristar diante da sua vida de erros. Mas, ali ao lado de Jesus, ele viu a oportunidade de lhe dizer que ele cria nos seus ensinamentos e também cria que Ele era o Cristo. Ainda, ele acreditava que Jesus viria no Seu reino e que aquela crucificação não significava o fim.

Essa fé nem os próprios discípulos tinham, pois a morte de Jesus os fizeram estar amedrontados, e nem mesmo Jesus tendo lhes dito que morreria, mas ressuscitaria não os fez abrirem os olhos para a missão de Jesus. Pelo contrário, a morte de Jesus para os discípulos representava o fim daquele ministério.

Diante de tamanha fé Jesus concede a salvação àquele homem crucificado e lhe diz que naquele mesmo dia eles estariam juntos no paraíso. Assim nós aprendemos que enquanto há fôlego de vida há esperança de salvação. Aquele homem que viveu uma vida de pecado teve a alegria de estar ao lado do Rei nos momentos finais da sua vida. Ele não desperdiçou este privilégio, mas creu e recebeu a salvação. Ele não morreu naquela cruz, apenas partiu para o Reino celestial.

O milagre das bodas de Caná: obedecer para receber o melhor

 Texto-base: João 2:1-11


Jesus e seus discípulos foram convidados para um casamento na cidade de Caná da Galiléia. Pela proximidade de Maria com as pessoas da festa, é possível que algum dos noivos fosse parente deles ou amigos bem íntimos.

No decorrer da festa o vinho acaba. Essa bebida era essencial para a continuidade da comemoração. Maria então preocupada com o fato vai até Jesus para lhe pedir para fazer algo pelos noivos. Jesus já havia iniciado seu ministério mas ainda não era conhecido em Caná pois ali ainda não tinha feito milagres.

Jesus então ordena aos servidores da festa para encher de água seis grandes jarros. Após estarem cheios, eles deveriam levá-los ao mestre-sala para serem provados. Sem dúvida, essa foi uma ordem estranha para eles, mas sob a ordem de Maria de que deveriam obedecer em tudo a Jesus eles o fazem.

No meio daquele processo, ao levarem os jarros ao mestre-sala, a água é transformada em vinho. Não qualquer vinho, mas o melhor vinho que já haviam servido naquela festa, segundo a opinião do mestre-sala.

A obediência daqueles servidores a Jesus foi essencial ao cumprimento daquele milagre. Sem questionar a ordem um tanto estranha, aqueles homens fizeram conforme Jesus lhes dissera e o milagre foi realizado. Na verdade, eles não estavam fazendo por fé, pois eles ainda não conheciam quem era Jesus, eles o fizeram em obediência à ordem dada por Maria de que eram para fazer tudo o que Ele mandasse.

Por vezes necessitamos obedecer a Jesus mesmo sem compreender o propósito daquela atitude, apenas crendo que se Ele nos mandou fazer algo é porque aquilo nos resultará em bênção. Acontece que a nossa mente questionadora ou a opinião das pessoas muitas vezes nos impedem de obedecermos e acabamos perdendo nossas bênçãos. 

Obedecer a Deus é sinal de que entendemos a nossa posição de filhos e de servos. Obedecemos os nossos pais por sabermos que eles têm autoridade sobre nós. Ainda, sabemos que eles querem o nosso bem. Obedecemos nossos patrões pois eles exercem liderança sobre nós e como funcionários é nosso dever nos colocarmos sob suas ordens. Como Senhor sobre nós e como nosso Pai, Deus espera de nós obediência às suas ordens, não importa quais sejam.

Ainda, esse milagre nos revela que Deus pode fazer tudo. Aos olhos humanos, água jamais poderia ser transformada em vinho. Ao realizar esse feito Jesus nos mostra que não há limites ao Seu agir e não existe nada que Ele não possa transformar em sua essência. Assim como todas as propriedades químicas da água foram modificadas para que ela se transformasse em vinho, Deus transforma o mais íntimo do nosso ser, penetra no âmago da nossa alma a fim de sermos transformados.

Por fim, o novo vinho era o melhor já servido. Assim como o Senhor declara em Ageu 2:9 que a glória da segunda casa seria maior que a da primeira, aquilo que Jesus transforma passa a ser o melhor. Após sermos transformados por Jesus somos a melhor versão de nós mesmos que já existiu. Deus não faz nada imperfeito. Devemos crer que o que Ele faz é o melhor.

A obediência daqueles servos às ordens de Jesus fez surgir o melhor vinho da festa. A nossa obediência ao que Deus nos fala fará experimentarmos o melhor que Ele tem para nós.


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

A história de Zaqueu

Texto-base: Lucas 19:1-10


Zaqueu era um homem publicano. Os publicanos eram cobradores dos impostos de Roma. Muitos deles cobravam mais que o devido e por isso essa classe não era bem aceita pelos judeus. Mas Zaqueu em algum dia ouviu falar de Jesus e seu coração foi impactado. A partir daquele dia ele queria ver se Jesus era mesmo aquele de quem ele ouviu falar. Zaqueu desejava conhecê-lo.

Eis que certo dia Jesus passava por Jericó, mas como sempre estava cercado por uma multidão. Como Zaqueu era de baixa estatura, não conseguia vê-lo. Mas Jesus já o havia visto, e sabia tudo o que se passava em seu coração, inclusive seu desejo em conhecê-lo.

Ele então teve a ideia de subir em uma figueira. Jesus, que já sabia que ele estava lá, chama Zaqueu e lhe diz que irá ficar naquele dia em sua casa, surpreendendo Zaqueu e os ouvintes, que o consideravam um pecador.

Naquele momento, Zaqueu percebe que Jesus era realmente alguém especial, pois o enxergou em cima da árvore e o aceitou, mesmo ele sendo tão pecador. Na verdade, o que Zaqueu que vivia uma vida moralmente incorreta fez era o que os fariseus da época e todos nós devemos fazer: reconhecer que somos pecadores, e que mesmo assim Jesus nos aceitou. O problema é que muitas pessoas têm se considerado tão justas, que começam a acreditar que a salvação se alcança pelas obras, e não pela graça. Era o que os fariseus da época acreditavam. Dessa forma, entendemos que os fariseus não foram extintos, apenas mudaram um pouco a forma de se apresentarem. Na verdade, se formos denominar os fariseus de hoje, os chamaríamos de religiosos.

Mas a mudança de Zaqueu não foi apenas interna, ela só começou em seu interior, mas se exteriorizou na atitude daquele homem em doar metade dos seus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais a quem ele havia defraudado.

Interessante notar que no capítulo anterior Lucas relata a história de um jovem ao qual Jesus pediu para vender os seus bens, dar aos pobres e segui-lo e este se recusou. Agora, vemos um homem que sem Jesus pedir doa parte dos seus bens aos pobres para segui-lo.

Jesus então conclui dizendo que a salvação havia chegado àquela casa, afinal Zaqueu também era filho de Abraão. Dessa forma, Jesus refuta os fariseus que achavam que filhos de Abraão eram aqueles que seguiam fielmente os preceitos religiosos. Jesus os contrasta ao afirmar que filhos de Abraão são aqueles que se convertem verdadeiramente ao Evangelho de Cristo, que não se baseia na acusação, mas no perdão.


Estamos preparados?

Texto-base: Lucas 21:29-36


O texto de hoje nos alerta sobre a vinda de Jesus. Ele nos alerta de que assim como uma árvore brotando é o sinal de que o verão está próximo, da mesma forma haverá sinais que nos mostrarão que está próximo o fim dos tempos.

Nos versículos anteriores Jesus nos alerta sobre esses sinais: guerras, fomes, epidemias, terremotos, coisas espantosas no céu e perseguição aos fiéis (Lucas 21:10-12).

Mas Ele nos alerta de que quando tudo isso acontecer, ao invés de temermos, deveríamos erguer a nossa cabeça e nos alegrarmos, pela nossa redenção que se aproxima. A volta de Jesus não pode causar medo em nós, ela deve ser motivo de alegria por sabermos que nosso corpo será transformado no corpo de glória para o qual fomos criados.

Jesus nos alerta para que não nos deixemos levar pelo pecado e nem pelas preocupações deste mundo, para que a volta de Jesus, ao invés de ser motivo de júbilo, nos seja um laço. Jesus não estava dando essa mensagem aos incrédulos, mas aos seus discípulos.

Temos visto muitos que aceitaram a Jesus voltando atrás e vivendo uma vida de pecado, e muitos que estão se deixando levar pelas preocupações deste mundo. Coisas que até não constituem pecado em si, mas que se deixarmos elas dominarem o nosso tempo, elas irão nos distrair e nos tirar o foco da busca pelo Senhor. Nos distraindo com a moda, os afazeres domésticos, as redes sociais, ou inúmeras outras coisas seculares, temos deixado de nos preocupar com o Reino de Deus.

Ainda, Jesus finaliza dizendo que o nosso dever é vigiar (estar atentos) o tempo todo e orar para podermos escapar da destruição final e estarmos de pé quando Ele voltar glorioso para nos buscar. Temos que estar de pé na volta de Cristo, mas isso não será obtido sem esforço da nossa parte. É preciso uma vida de oração e vigilância, e é necessário abandonarmos toda forma de pecado e as distrações do mundo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

A parábola do filho pródigo: um contraste entre os dois filhos

 Texto-base: Lucas 15: 11-32

Essa parábola conta a história de dois filhos: um filho mais novo que recebeu a herança, foi embora da casa do pai e desperdiçou seus bens e um filho mais velho que ficou morando com o pai.

O filho mais novo após ter acabado com sua herança e muito sofrer pelos seus atos cai em si e percebe que ele não precisava estar naquela situação. Se ele estivesse ao lado do pai, tudo estaria diferente. Mas ele achava que não seria mais recebido como filho.

Ao voltar, ele não encontra um pai magoado, querendo castigá-lo ou lhe jogar na cara seus erros. Pelo contrário, aquele filho encontra um pai compadecido, que vai ao seu encontro, lhe abraça e lhe beija.

O filho pede perdão e pede para ser recebido como um de seus trabalhadores. O pai lhe perdoa e lhe devolve a sua posição de filho. Para selar essa posição, lhe dá roupas novas, sandália nos pés e anel nos dedos. Ainda, dá uma grande festa para comemorar.

Mas o filho mais velho chega e não fica feliz ao ver como o seu irmão foi recebido. Para ele, aquele tratamento com ele foi injusto. O pai, com mansidão, ressalta que tudo o que era seu, era também dele. Acontece que ele nunca havia desfrutado. 

Nessa história existem dois filhos, todavia ambos não desfrutavam dessa filiação: um pelos pecados visivelmente cometidos, o outro pelo pecado de se achar reto demais. Os dois receberam sua herança: um desperdiçou o que lhe foi dado, o outro a tinha mas não sabia desfrutar.

O filho que foi perdoado pôde compreender o milagre da graça. O filho que estava sempre ao lado do pai achava que não precisava dela.

Existem por aí muitos filhos que não estão desfrutando da paternidade de Deus. Por acharem que pela vida profana que levaram não são mais dignos de serem filhos ou por estarem vivendo a filiação no modo automático. Acostumados a estarem na casa do Pai, talvez achem que não necessitam mais da graça constante.

O filho mais velho representa aquele que está na casa do Pai, mas não desfruta de nada do que tem nela. É aquele que não percebe que somos filhos, herdeiros de sua herança, e que tudo o que é do Pai, é nosso. Isso não nos coloca em uma posição de presunção ou de superioridade frente aos que não são filhos, apenas nos dá a condição de vivermos uma vida digna. Há muito do que desfrutarmos como filhos, todavia, precisamos acreditar nisso.

Nem indivíduos culpados nem autossuficientes, precisamos nos reconhecer como filhos dependentes do Pai, mas que desfrutam com alegria dessa condição. Estar na casa Dele é o melhor lugar.

O perigo de sermos cristãos de fachada

 Texto-base: Mateus 21:18-20

Em sua passagem aqui nesta terra Jesus deixou muitos ensinamentos. Um deles foi acerca dos perigos da religiosidade, isto é, alguém utilizar-se de preceitos doutrinários para simular que serve a Deus.

Certa vez Jesus passava de caminho para Jerusalém e a beira do caminho estava uma figueira. Ao procurar frutos na árvore para comer, Jesus encontrou apenas folhas. Então deu uma ordem de que nunca mais nasceria frutos naquela árvore, que imediatamente se secou.

Poderíamos pensar que Jesus foi muito rigoroso com aquela planta, mas na verdade o que Jesus estava fazendo era uma demonstração do que pode acontecer na vida daqueles que servem a Deus apenas de fachada, isto é, sem sinceridade.

Aquela figueira era bela, todos que a viam poderiam achar que nela havia deliciosos figos, mas na verdade só havia folhas. Além disso, ela estava a beira do caminho. 

Da mesma forma, muitos cristãos têm vivido uma espiritualidade superficial, forçada, apenas para serem vistos pela sociedade. Pessoas que tem apenas folhas e nenhum fruto. Indivíduos que vivem a beira do caminho, sem querer desfrutar de um relacionamento íntimo com Deus. Frequentam uma denominação aos domingos, mas se são chamados para fazer a obra, por menor que seja a ação, se recusam.

Jesus nos diz que pelo fruto conheceremos a árvore. Não há como servirmos a Deus se não damos bons frutos ao reino. Uma árvore que tem apenas folhas não subsistirá. O Senhor nos criou para darmos frutos.

Assim como a figueira secou, aqueles que são árvores sem frutos, plantados a beira do caminho, não permanecerão no pomar de Deus. É tempo de avaliarmos nossas atitudes frente ao reino de Deus, e se temos negligenciado nosso chamado, voltarmos aos pés do Senhor. Ainda dá tempo e Ele terá alegria em nos receber.


Prepare-se contra o ataque do mal

 Texto-base: II Crônicas 32:1-5 

Existem dois tipos de ação contra o mal: ação preventiva e ação corretiva. Ação preventiva se dá quando antes do mal insurgir já nos protegemos e ele não nos ataca. É o que a Bíblia chama de “vigiar” (Mateus 26:41). Já a ação corretiva ocorre quando o mal já chegou e aí temos que lutar contra ele. Todavia, muitas vezes não tomamos medidas preventivas e somos surpreendidos por adversidades. Mas, se o mal é detectado logo em seu início, podemos nos preparar para guerrearmos contra ele.

Quando Ezequias, rei de Judá ficou sabendo que Senaqueribe, rei da Assíria viria pelejar contra Israel, tomou uma atitude sábia, tapou todas as fontes de águas, pois pensou: “Por que viriam os reis da Assíria, e achariam tantas águas?”. Ele também se animou e restaurou muros que estavam quebrados, fez armas e escudos em abundância. 

Percebe-se que Ezequias estava se preparando para uma guerra que ele sabia que estava começando. Ezequias detectou o mal no início e já preparou suas estratégias contra ele.

Muitas situações em nossa vida poderiam ser diferentes se percebêssemos uma dificuldade se insurgindo e tivéssemos maturidade suficiente para elaborar nossas estratégias para combatê-la.

O problema é que muitas vezes não percebemos (ou negligenciamos) um problema em seu começo e não buscamos a solução para ele. Isso se aplica no nosso relacionamento conjugal, com os filhos, no trabalho, nas finanças, no ministério, em nosso relacionamento íntimo com Deus.

Se o mal se levanta contra nós, temos que orar, nos preparar, restaurar os muros, fazer armas e escudos, e não deixar o mal ganhar mais espaço. O importante é nos prepararmos contra o mal assim que ele for detectado e não deixar ele tomar as rédeas da situação.

A presença do Senhor

 Texto base: 1Samuel 4:1-3 “E veio a palavra de Samuel a todo o Israel; e Israel saiu à peleja contra os filisteus e acampou-se junto a Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeque.

E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha, para sair contra Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, porque feriram na batalha, no campo, uns quatro mil homens. E voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca da aliança do Senhor, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos.”

A história de hoje se passa nos tempos de Samuel. O povo enfrentava um momento de rebeldia contra os mandamentos do Senhor, corrupção no sacerdócio e práticas de idolatria. Em uma batalha com um inimigo recorrente - os filisteus, Israel é vencido e cerca de quatro mil homens morrem. Procurando um motivo para aquela derrota e uma forma de alcançar vitória, eles atribuem o desastre ocorrido pela falta da arca do Senhor durante a batalha. Para eles, se a arca estivesse com eles, então alcançariam vitória.

Aquele povo estava tão obstinado, que a expressão que eles usaram foi: “...para que venha (a arca) no meio de nós e nos livre das mãos de nossos inimigos”. Para eles, a simples presença daquela arca era suficiente para serem salvos dos seus inimigos.

Na verdade, a arca da aliança era um objeto sagrado, extremamente importante para o povo, criado desde a época de Moisés. Foi instituída por Deus para estar no tabernáculo e era o símbolo da presença de Deus na vida daquele povo, todavia eles estavam confundindo sua missão, pensando que para terem a presença de Deus era preciso apenas ter a presença da arca.

Se a presença de Deus estivesse com eles, então a arca representaria essa presença, mas sem a presença de Deus ao lado daquele povo, aquela arca representaria apenas um objeto. Na verdade, o povo estava fazendo da arca uma espécie de amuleto de sorte. Não muito diferente dos dias de hoje, quando as pessoas pensam que apenas algumas práticas irão representar toda a presença de Deus, como por exemplo, ir a igreja aos domingos, ler a Bíblia esporadicamente, dizer publicamente que é cristão. E então, apegados a essa falsa ideia, não entendem porque não recebem as bênçãos de Deus se “são pessoas de Deus”.

Se formos analisar o que a Bíblia nos diz, nós temos autoridade para vencer os nossos inimigos quando obedecemos a Deus, isto é, a Sua Palavra (Salmos 81:13-14). Ter pequenas atitudes cristãs podem nos ajudar em nossa caminhada, mas a presença de Deus só estará constantemente conosco se tivermos uma vida pautada inteiramente nos caminhos de Deus. Aí sim, venceremos os nossos adversários.

Essa afirmativa pode ser comprovada quando os israelitas, apesar de terem trazido a arca da Aliança para a batalha contra os filisteus, como relata o restante do capítulo 4, foram vencidos, com grande derrota. Os quatro mil que morreram na primeira batalha foi um número pequeno, frente aos trinta mil mortos na segunda, já com a arca da Aliança com eles.

A presença de Deus é sagrada e não pode ser comprada e nem barganhada com atitudes esporádicas. Pelo contrário, ela é fruto de um relacionamento constante e verdadeiro com Deus.

Rasgai o vosso coração, não as vossas vestes

 Texto-base: Joel 2:13. “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.” 

No Antigo Testamento era comum a expressão “rasgar as vestes”, que significava a pessoa literalmente rasgar sua vestimenta em sinal de arrependimento ou tristeza quando uma tragédia ocorria. Se feito de coração esse ato tinha muito valor, pois o fato de fazer isso em público demonstrava para as pessoas que o indivíduo estava realmente arrependido ou quebrantado. Entretanto, muitas pessoas utilizavam desse ato apenas para mostrar um falso arrependimento. Rasgavam suas vestes em público, mas depois continuavam na prática dos mesmos pecados.

Mas Deus é onisciente, Ele sabe tudo. O Salmos 139:3 diz que Ele conhece todos os nossos caminhos, então a forma como procedemos não está oculta a Ele. Quando Deus adverte ao povo sobre rasgar o coração, ele quer dizer que não está interessado no exterior, mas no que se passa dentro de nós. Não adiantava em nada o indivíduo rasgar suas roupas mas o seu interior continuar corrompido pelo pecado.

Nos dias atuais as pessoas não tem o costume mais de rasgar suas vestes, mas muitos ocorridos nos levam a crer que por vezes a igreja tem exposto um arrependimento que não passam de atitudes exteriores.

Muitos lêem as escrituras mas não praticam. Frequentam a igreja mas o coração está cheio de malícia, maledicência, arrogância, ódio, inveja. Levantam as mãos na igreja em sinal de adoração mas vivem cultuando outros ídolos como o dinheiro, o sexo ou até mesmo idolatrando pessoas.

A Bíblia diz que nada há que esteja oculto que não venha a ser revelado, isto é, não adianta enganar os outros hoje com as falsas atitudes, pois um dia tudo isso será trazido à luz. E pior, atitudes como essas são uma tentativa frustrada de enganar a Deus, que tudo vê (Salmos 139:7-8) e também a si mesmo, fazendo o indivíduo acreditar que está salvo.

A Bíblia também diz que Deus não vê como o homem, pois o homem olha o exterior, mas Deus vê o coração (I Samuel 16:7). Muitos tem estado na igreja enganando aos seus pastores e irmãos   durante muitos anos, com atitudes externas de santidade, mas com um coração totalmente corrompido. O Senhor nos adverte hoje de que Ele quer o nosso coração.

O que nos consola ao final deste versículo é que Deus abre as portas ao perdão de uma forma muito grande. O profeta enumera cinco características que nos confortam o coração. Deus é misericordioso, cheio de compaixão, não se ira facilmente, uma enorme benignidade e a capacidade de arrepender-se do mal. Tudo isso nos leva a crer no seu perdão quando de coração nos arrependemos. Ainda que tenhamos vivido anos de pecado e devassidão, Deus por natureza é cheio de compaixão e tem prazer em nos perdoar, só precisamos ter uma atitude: o arrependimento de coração.

Qualidades do cristão de caráter: disciplina

 Texto-base: Gálatas 5:16-26

A palavra disciplina no dicionário significa: "Instrução e educação. Relações de submissão, de quem é ensinado para com aquele que ensina. Observância de preceitos ou ordens." 

Ter disciplina é ser submisso a algo. Também podemos pensar a disciplina como uma recompensa adiada de algo que poderia chegar rápido, mas que com obediência às regras adiamos o agora, para recebê-lo depois. Por exemplo, eu poderia comer, comer e comer todos os dias tudo o que me desse vontade. Mas, se eu agisse dessa maneira, certamente teria problemas futuros com obesidade, colesterol ou outros problemas decorrentes dessa atitude. Do contrário, se eu ajo com disciplina na minha alimentação, me mantendo no peso ideal, comendo coisas saudáveis na hora certa, deixarei de satisfazer uma vontade minha no presente, mas no futuro terei consequências sadias dessa minha ação hoje.

No texto-base apresentado, Paulo fala de algumas atitudes que ele chama de "Obras da carne", dizendo que não devemos satisfazê-las. Por outro lado, fala sobre o fruto do Espírito citando diversas atitudes que devem ser seguidas. Quando ele compara as obras da carne com as do espírito, diz que estas e aquelas vivem em constante conflito, pois são opostas entre si.

Mas, o que obras da carne tem a ver com disciplina? Repare que todas as obras da carne são atitudes que agimos quando estamos indisciplinados, ou seja, quando queremos satisfazer o momento, sem pensarmos nas consequências futuras que isso nos trará. Por exemplo a glutonaria (comer em excesso) que já citamos no parágrafo anterior. Outro exemplo é a lascívia, prostituição. Se satisfazemos o nosso desejo sexual de qualquer maneira, com qualquer pessoa, ficamos momentaneamente satisfeitos, mas em seguida vem o vazio que a promiscuidade causa. O mesmo ocorre com as atitudes de iras e discórdias. 

No momento da discussão, parece que estamos desabafando o que nos atormenta, mas depois que tudo passa, vemos que falamos coisas que não deveríamos, isso quando não acontece discussões que geram até agressões físicas e mortes. Quando deixamos de discutir com alguém, pode até ser que no momento venhamos a nos sentir aprisionados em nossos sentimentos, mas depois que falamos para Deus o que nos atormenta, ele nos alivia e percebemos que a nossa atitude em não discutir foi a mais nobre possível.

Os frutos do espírito geram disciplina, uma recompensa adiada, pois na maioria das vezes a nossa boa atitude não terá efeitos momentâneos, seu efeito será depois de algum tempo. E a  recompensa pode até não vir nessa terra, mas sem dúvida, é um tesouro a mais que estamos guardando para a nossa vida eterna.

Ungidos pelo Espírito Santo de Deus

Texto-base: Isaías 61:1-3

Quando aceitamos a Jesus, recebemos com Ele o seu Espírito. Não tem como ter o Espírito Santo se não conhecemos a Deus. Da mesma forma, é impossível conhecer a Deus e não receber o seu Espírito.

O Espírito Santo é quem nos revigora, quem nos enche de paz mesmo em meio às tribulações e quem nos dá forças para fazer a obra do Senhor. Sobre esta obra é que relata Isaías 61:1-3. O Espírito do Senhor está sobre nós, assim, somos ungidos para levar o nome do Senhor aos povos que ainda não o conhecem. E esse Espírito nos capacita a fazermos algumas coisas na obra de Deus.

Pregar boas novas aos quebrantados, aos contritos, aos arrependidos. As boas novas são palavras de alegria, de vida. Existem tantas pessoas a espera de uma palavra de vida que lhes dê motivos para continuar a lutar. Existem muitas pessoas que estão vivendo tristes, desanimadas, sem forças para lutar e viver. Deus nos ungiu para levar a palavra Dele a estas pessoas, palavra de Vida!

Curar os quebrantados de coração. Muitas pessoas necessitam de cura, não só do corpo, como também da alma. Almas amarguradas, ressentidas com fatos passados, desejosas de vingança, com tristezas profundas. Deus nos ungiu para levar cura também a estes.

Proclamar libertação aos cativos e pôr em liberdade os algemados, pessoas que estão presas nas drogas, prostituição, adultério, e todo tipo de pecado. Somos ungidos para através da Palavra de Deus e da oração proclamar a libertação e pôr em liberdade estas pessoas.

Apregoar o ano aceitável do Senhor. Fomos ungidos para pregar a esperança da ressurreição a todas as pessoas. Um dia o Senhor virá para buscar o povo Dele e já não haverá mais choro, a morte será vencida para sempre (Apocalipse 21:4).

E o dia da vingança do nosso Deus. Não devemos somente pregar a ressurreição para a vida eterna, mas é preciso também falar que existe o lago de fogo, para o qual irão aqueles que vivem em pecado nesta terra.

Ainda, somos ungidos para consolar os que choram, levar festa aos que estão de luto, alegria aos angustiados. Deus nos ungiu, e se nos ungiu, nos capacitou para tirar pessoas de uma vida massacrada de sofrimento e levá-las a conhecer o Deus que transforma a vida das pessoas, como transformou a sua vida. Um Deus que "Tira do monturo o necessitado e o faz assentar no meio dos príncipes" (Salmos 113:7-8).

Tudo isso é a fim de que sejamos chamados carvalhos de justiça, plantados para a glória de Deus. Não viemos a este mundo buscar a glória própria, mas proclamarmos com nossas vidas a glória de Deus. Fomos ungidos por Deus para levar dias melhores às pessoas. Não vamos abrir mão desta missão tão maravilhosa!

Se você hoje ouvir a voz de Jesus, não endureça o seu coração

 Texto base: Cânticos 5:3-8

O livro de Cânticos pode ser considerado um livro romântico, mas devemos estar atentos também aos seus ensinamentos entre Cristo (o noivo) e a Igreja (a noiva). O texto de hoje conta a história de uma noiva que estava em sua casa à noite quando o noivo bateu à porta. Ela, encontrando desculpas para não abrir a porta, não o fez. Quando resolveu abrir a porta, o noivo já não estava mais lá. Ela então, aventurou-se pelas ruas a buscar o noivo, mas foi espancada pelos guardas da cidade.

Essa história relata muito bem fatos que acontecem na vida de muitas pessoas. Cristo, representado aqui pelo noivo, bate à porta dos corações de todos que ainda não o aceitaram, chama, insiste e tenta entrar, mas muitas vezes encontra apenas um coração endurecido, disposto a dar as mais diversas desculpas para não recebê-lo em sua vida.

Muitos pensam nas festas que terão de deixar de ir, nas bebidas que terão que parar de beber, dos relacionamentos imorais que terão que abandonar, da possível zombaria das pessoas ao vê-los com uma Bíblia na mão indo para a Igreja. E então, mergulhados na dureza de seus corações, preferem permanecer no pecado e não abrem a porta.

Quando já curtiram toda a vida e decidem abrir a porta para Cristo, já estão tão envolvidos com o pecado que já não conseguem mais se desvencilhar dele.

Como diz em Isaías 55:6, “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Deus é misericórdia, mas não tolera o pecado. Ele nos convida a vivermos com Ele, mas uma vez que preferimos o mundo, temos que aceitar as consequências da nossa escolha.

Isso não quer dizer que se não aceitamos o convite de Deus uma vez, não poderemos aceitá-lo nunca mais, se hoje você se converter, Ele é fiel e justo para perdoar todas as suas iniquidades (I João 1:9), mas talvez você terá que arcar com muitas consequências de sua vida passada pecaminosa. Devolver aquilo que foi roubado, pedir perdão a quem você magoou, revelar ao cônjuge um caso amoroso nunca descoberto, dentre inúmeras outras situações.

Mas Deus nos quer do lado Dele, então, uma vez que aceitamos a Jesus de todo o nosso coração, Ele nos dá forças para nos limpar completamente, e a felicidade e a paz que adquirimos quando estamos com Deus nos faz consertamos os nossos erros com alegria, pois agora temos a Salvação, o maior bem que uma pessoa pode obter na vida.

Não troque Deus por nenhuma vida pecaminosa e nem hesite mais em abrir a porta para Ele, pois não sabemos qual o fim dos nossos dias. Se você hoje ouvir a voz do Senhor, não endureça o seu coração (Hebreus 3:15) , aceite-o e você terá os melhores dias de sua vida, pois serão dias de paz e salvação!

Deus pode (e quer) te dar uma segunda chance!

 Texto base: Isaías 11:11 

"Naquele dia o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez e resto do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar."

O versículo de hoje nos relata algo maravilhoso: o Senhor tornará a estender a Sua mão. O povo de Israel estava vivendo em grandes pecados, esquecendo-se dos mandamentos do Senhor estavam vivendo uma vida de corrupção, imoralidade moral e religiosa e idolatria. Como consequência dos seus pecados, os reinos ao redor começaram a assolar, escravizar e dominar o povo de Israel.

Depois de muito sofrerem nas mãos dos inimigos, Isaías manda da parte de Deus uma palavra àquele povo, dizendo que o Senhor tornaria a estender a sua mão para libertar aquele povo dos seus inimigos, isto é, a mensagem de Deus para aquele povo era de que Deus estava lhes dando uma segunda chance. Ele já havia os resgatado uma vez (na escravidão do Egito), e o faria novamente, por meio da sua misericórdia.

Essa promessa não se restringe somente àquela época, aliás, nenhuma promessa da Palavra de Deus se restringe somente à época em que foi escrita. A Bíblia é uma palavra viva, que se renova a cada geração. Isso significa que Deus sempre está disposto a também nos dar uma segunda chance.

Se você já foi uma vez resgatado pelo Senhor do pecado, mas voltou à prática do mal, Deus é misericordioso para lhe perdoar.

Todo pecador que se arrepende, o Senhor é fiel e justo para lhe perdoar. Não tenha medo de pedir uma segunda chance a Deus, nem dê ouvidos ao inimigo que lhe diz que dessa vez Deus não irá lhe perdoar, Ele sempre perdoa àqueles que se arrependem. Se no seu coração houver arrependimento sincero, Deus pode e quer te dar uma nova chance.


As armas espirituais para ataque e defesa

 Texto-base: Efésios 6: 16-17 “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;”

Em uma batalha o guerreiro tem que atacar e se defender. Para cada situação há um tipo de armamento. Na vida espiritual também temos batalhas e devemos nos atacar e nos defender, tendo conosco os instrumentos corretos para tal. O capítulo de Efésios 6 nos aponta esse armamento. 

Para defesa temos o escudo, que fará com que os ataques do inimigo não nos atinjam. Esse escudo é espiritual e intangível, mas infalível e se chama fé. A fé nas promessas que Deus nos dá é a chave para não cairmos nas mentiras enganadoras de satanás. Podemos ter as promessas, mas se não houver fé para recebê-las, crer nelas e vivê-las, elas não nos servirão para nada.

Para o ataque temos a espada, uma arma espiritual que é a Palavra de Deus. É na Palavra que lutamos e vencemos. Quando o maligno lança os ataques nos lembramos de uma Palavra lida ou ouvida, recitamos ela, repreendemos o mal e pela fé obtemos a vitória.

A Palavra de Deus e a fé andam juntas, e sem uma não temos a outra, pois em Romanos 10:17 diz que a “Fé vem pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus”.

Em uma batalha secular, não há como saber quem será vitorioso, mas nas batalhas espirituais sim, pois de antemão o Senhor já nos deu a vitória, que foi alcançada por Cristo na cruz do calvário. Creia nessa vitória e não sofra mais derrotas em sua vida

A diferença entre o que serve e o que não serve

 Texto-base: Malaquias 3:13-18


Frequentemente somos tomados pelo pensamento enganoso de que aqueles que não servem a Deus aparentemente estão vivendo melhor do que aqueles que o servem. Se tudo vai bem conosco, não pensamos assim, mas é só as coisas começarem a dar errado que logo vem os questionamentos do tipo: "Vale mesmo a pena servir a Deus? Será que tamanho esforço vivendo na contramão do mundo faz algum sentido?"

Se você também pensa assim por vezes, não se culpe. Algumas pessoas no Antigo Testamento também pensaram. O livro de Malaquias nos diz que o povo de Israel também estava se questionando, dizendo ser inútil servir a Deus e que aqueles que cometem iniquidades prosperam e escapam, mesmo tentando ao Senhor com seus pecados.

Na verdade o Senhor disse para eles que as palavras daquele povo eram duras aos seus ouvidos. Percebemos assim que tais questionamentos, apesar de serem comuns às pessoas, entristecem ao Senhor. Na verdade, pensar dessa maneira tem sido comum não por ser ter alguma verdade, mas pela nossa falta de fé.

Paulo quando sofreu as mais diversas aflições por amor à Palavra não questionou se realmente valia a pena servir a Deus, mas disse: Eu sei em Quem tenho crido (2 Timóteo 1:12). Se nós realmente conhecêssemos a Deus e o seu caráter imutável, não deixaríamos tais pensamentos invadirem nossa mente.

Mas Deus responde às dúvidas daquele povo, e lhes mostra que o Senhor está atento à voz daqueles que temem a Ele, e que em Sua presença há um memorial escrito para aqueles que invocam o Seu nome. Ainda, os que temem a Deus são para Ele um tesouro particular, e serão guardados e protegidos no dia do juízo final. E assim aquele povo veria novamente a diferença entre aqueles que servem a Deus e aos que não O servem. O advérbio "novamente" indica que Deus já havia lhes mostrado essa diferença uma ou mais vezes, mas estava tendo novamente que provar isso.

Tudo isso nos faz perceber o quão equivocados estamos ao pensar que os perversos vivem bem. Na verdade, podem até temporariamente estarem confortáveis, mas não tem em si a certeza de alguém poderoso que os guarda continuamente. Ainda, não têm a esperança da vida eterna, e a Bíblia nos diz que se a nossa esperança de vida se resume a apenas essa, somos os mais infelizes dentre os homens (1 Coríntios 15:19).

Mas, sem focar no perverso, pensando apenas no justo, podemos ter certeza que o nosso temor a Deus resulta em intimidade com Ele. Ainda, somos ouvidos por Ele, somos guardados, somos tratados por Ele como uma jóia preciosa. Não há motivos para duvidarmos mais de que estar com Deus só nos faz bem, enquanto que estar longe Dele só nos traz prejuízos, nessa vida e no porvir.