quarta-feira, 30 de junho de 2021

Pare de lamentar, saia do jugo e recupere tudo o que você perdeu para o inimigo

 Texto de referência: 1 Samuel 7:2-14


O período dos juízes foi marcado na história de Israel por um período sombrio, onde por se afastarem do Senhor, eles foram duramente oprimidos pelos seus adversários.

Mesmo com a arca da aliança roubada pelos filisteus e depois devolvida, nem assim os israelitas entenderam o propósito do Senhor e a forma como deveriam adorá-Lo. Nesse contexto, a Arca ficou em Quiriate-Jearim por vinte anos, enquanto o povo se rendia a idolatria a deuses pagãos.

As coisas iam mal, pois eles continuavam duramente oprimidos pelos filisteus, mas ao invés de se consertarem, apenas lamentavam diante do Senhor. Então Samuel, o profeta da época, chama o povo e os adverte que se eles se voltavam mesmo ao Senhor, não deveriam viver lamentando, mas tirar todos os deuses estranhos diante deles e servirem somente ao Senhor. Essa era a maior demonstração de conversão.

O povo então ouviu a Samuel e passaram a servir somente ao Senhor, com clamores e jejuns. Nesse período, os filisteus avançaram contra o povo de Deus, mas foram destruídos pelo poder de Deus, que fez trovejar sobre eles. O relato bíblico não aponta exatamente como esses trovões contribuíram para a destruição desses adversários, mas o fato é que naquele dia Israel venceu, saiu de debaixo do jugo dos seus opressores e ainda conseguiu retomar as cidades que havia perdido para eles.

A vitória do povo de Deus começou a partir de uma atitude: a conversão sincera daquele povo, que iniciou dentro deles, mas que foi representada na prática pela retirada dos ídolos do seu meio. Enquanto aquele povo apenas lamentava, eles continuavam a viver frustrados. Quando eles realmente mostraram frutos de conversão, o Senhor derrotou os seus adversários. Eles não apenas saíram do jugo dos seus inimigos, como também recuperaram aquilo que haviam perdido. 

O povo de Israel do Antigo Testamento representa quem somos hoje, como povo de Deus. Da mesma forma que o povo de Deus, nós também podemos nos converter de todo o coração e sair de uma vida de lamentações e escravidão, para viver o melhor de Deus, recuperando aquilo que perdemos para o inimigo, inclusive a nossa condição de livres.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

O perigo de criarmos amuletos de fé

 Texto de referência: 1 Samuel 4:3


A Arca da Aliança foi instituída nos tempos de Moisés. Ela era chamada assim por representar a aliança de Deus com o seu povo. Dentro da Arca ficava uma cópia dos dez mandamentos, a fim de que o povo se lembrasse das leis do Senhor. Pelo fato de ficar no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do tabernáculo, a Arca era considerada o utensílio mais precioso daquele lugar. A Arca era a representação simbólica da presença de Deus entre o Seu povo  (Êxodo 25:10-16;22)

Nos tempos de Moisés o povo tinha essa noção do significado da Arca, mas com o passar dos anos essa representatividade foi sendo perdida. A partir da convivência do povo com as nações pagãs, ela foi se perdendo ainda mais. A essência da adoração foi sendo perdida, e a Arca que antes era um símbolo da presença de Deus entre o povo, que os levava a buscarem o Senhor, passou a ser para eles um mero amuleto de sorte.

Essa conclusão se torna clara quando no tempo dos juízes, Israel enfrentou uma batalha contra os filisteus. Após perderem uma das duas batalhas relatadas, os israelitas resolveram levar a Arca do Senhor, com o argumento de que ela os livraria das mãos dos seus inimigos. A Arca jamais havia livrado o povo de qualquer batalha. Todas as guerras do povo de Deus foram vencidas porque o Senhor batalhava por eles, mas agora, eles desprezavam a presença do Senhor entre eles, colocando a sua confiança na Arca.

O que eles não haviam percebido era que o Senhor não estava entre eles, pois aquele povo estava em pecado, o que os afastou da presença do Senhor. Sem o Senhor ao lado deles, eles não poderiam vencer aquela batalha, e foi o que ocorreu, pois os israelitas foram derrotados. Ainda pior, a Arca de Deus foi tomada e levada ao território filisteu.

Assim como a Arca se tornou para o povo uma espécie de amuleto de sorte, também temos muitas vezes criado para nós amuletos de fé, estabelecendo objetos que em nossa opinião irão nos ajudar. Isso não é uma condenação a elementos como óleos ungidos, por exemplo, mas é um alerta para que não caiamos na tentação de crer que um mero objeto pode nos ajudar. 

O erro do povo não estava em tratar com reverência a Arca, pois ela era um testemunho do que Deus havia feito pelo povo. O erro estava em achar que eles poderiam viver atados aos seus pecados e que ainda assim o Senhor estaria com eles porque a Arca estava presente. O Senhor está conosco quando não nos rendemos ao pecado, mas servimos a Deus de todo o nosso coração.

Todos sabemos que a única forma de uma batalha ser vencida é quando o Senhor peleja por nós. Ele é invencível, e com Ele ao nosso lado, venceremos. Não precisamos depositar nossa fé em nenhum objeto, mas no Senhor.

domingo, 27 de junho de 2021

Samuel: o sacerdote fiel

 Textos de referência: I Samuel 1:20-28; 3:19-21


Samuel foi um profeta e juiz do povo de Israel. Sua história se passa no tempo imediatamente anterior à instauração da monarquia em Israel, quando por não terem rei, o povo era liderado por juízes. Antes do nascimento de Samuel, o povo de Israel estava vivendo uma decadência moral e espiritual indizível. Alguns juízes se corromperam e não atenderam com excelência ao seu chamado e os sacerdotes daquele tempo viviam sem qualquer temor a Deus. Por esse motivo, a Palavra de Deus, tão frequente no início da caminhada do povo de Deus, agora era rara de se ouvir.

Nesse contexto nasce Samuel, um menino que foi consagrado a Deus antes mesmo de ser gerado no ventre. Deus permitiu a esterilidade de sua mãe Ana, para que ela fizesse um voto a Deus consagrando o filho que nascesse, caso o Senhor lhe desse a oportunidade de gerar. O nome Samuel significa "Do Senhor o pedi". Aquela criança veio do próprio Deus, com o propósito de quebrar aquele ciclo de vazio e imoralidade espiritual em que o povo se encontrava.

Por esse voto de consagração, Samuel ainda muito pequeno passa a conviver com o sacerdote Eli e morar no templo do Senhor. Ele cresce obediente e logo cedo começa a ter visões de Deus. O ministério de Samuel se expande aos olhos das pessoas, que enxergam que ele era verdadeiramente um profeta do Senhor. Por ter sempre o Senhor ao seu lado, tudo o que Samuel dizia se cumpria.

A partir da chegada de Samuel como um sacerdote, as palavras de Deus que estavam tão raras, voltam a ser frequentes, e a presença de Deus em Siló, lugar de adoração a Deus, volta a se manifestar.

Samuel é o exemplo do sacerdote fiel. Mesmo convivendo com Eli e seus filhos, cujo sacerdócio foi de péssimo exemplo, Samuel não se deixou contaminar por isso. Pela sua intimidade e obediência a Deus, este lhe revelava a sua Palavra. 

Nos dias de hoje também vivemos um tempo de decadência espiritual, onde as coisas de Deus têm sido conduzidas de qualquer modo. Sacerdotes que têm se corrompido pelo orgulho da posição em que ocupam, acreditando que estarão ali para sempre, esquecendo-se que do Senhor vem a autoridade para exaltar e para abater. Palavras que têm sido ditas, mas não se cumprem, porque são faladas pelos lábios humanos, e não pela boca de Deus. 

Os nossos dias precisam de homens como Samuel, que não se corrompem, que falam com autoridade a Palavra de Deus e que sejam exemplo de espiritualidade e fé.


sexta-feira, 25 de junho de 2021

Os vasos são de barro, para que a glória seja de Deus

 Textos de referência: Juízes 4-16


O período bíblico dos juízes foi um tempo difícil na história dos israelitas. Por não terem obedecido a ordem de Deus de expulsar os estrangeiros da terra, estes acabaram se tornando um obstáculo aos israelitas. Todas as vezes que o povo de Israel pecava, eles eram oprimidos por esses povos.

Foi nessas circunstâncias que surgiram os juízes, homens que surgiram para libertar o povo dos seus inimigos. Quando o povo estava em aperto, eles clamavam a Deus que os ouvia e levantava um juiz para os ajudar.

O livro dos juízes relata a existência de 12 juízes nesse tempo, mas conta a história apenas de alguns. Os juízes mais conhecidos desse tempo foram Débora, Gideão, Jefté e Sansão.

Débora foi uma juíza exemplar. Ela ajudou a Israel a se livrar de inimigos fortíssimos e se tornou a protagonista em um período onde as mulheres não tinham proeminência. Todavia, os demais juízes não agiram com tanta performance assim.

Apesar de fazer parte de uma família pequena em sua tribo, Gideão foi usado pelo Senhor para livrar o povo dos midianitas, inimigos destruidores das plantações, isto é, a fonte de renda do povo. Mas após Gideão ter se consolidado como juiz, ele se deixou levar pela arrogância, fazendo para si uma estola sacerdotal de ouro, que se tornou objeto de idolatria para o povo. Ainda, teve muitas mulheres que lhes deram muitos filhos, dentre os quais um iniciou uma competição pela sucessão do juízo após a morte de Gideão.

Jefté julgou a Israel por apenas seis anos. Embora tenha ajudado Israel a se livrar dos amonitas, ele se curvou a uma prática horrível, que foi a de sacrificar pessoas achando que agradaria a Deus. Ainda, travou uma disputa entre duas tribos, ao invés de buscar uni-las.

Por fim, existiu Sansão, um homem imaturo e sem domínio próprio, que não obstante ter uma força incomum que lhe permitia derrotar qualquer adversário, se deixou levar pela sedução de uma mulher malvada, que só entrou em sua vida para descobrir o segredo de sua força, traindo-o em seguida.

Embora todos esses juízes tenham tido suas falhas, são mencionados  no livro de Hebreus como heróis da fé (Hebreus 11:32). A história desses juízes demonstra que Deus não escolhe pessoas aparentemente perfeitas para realizar a sua obra no meio do seu povo, Ele usa quem melhor lhe aprouver. Isso não isenta ninguém da lei da semeadura, pois todos esses homens receberam as consequências dos seus atos errados. Mas nos faz refletir sobre como Deus usa vasos de barro, para que a excelência do poder seja d'Ele (2 Coríntios 4:7). Não cabe a nós questionarmos o agir de Deus, apenas aceitarmos, afinal, a obra é d'Ele e portanto, Ele tem total controle sobre quem a executa. O nosso papel enquanto servos é glorificá-lo pela oportunidade que Ele nos dá de sermos usados, apesar das nossas fraquezas e imperfeições.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

A melhor escolha

Texto de referência: Rute 1:7-17


Rute era uma mulher que morava em Moabe e que se casou com um israelita, filho de uma mulher chamada Noemi, que se mudou com sua família para Moabe devido a uma grande fome que se passava em Israel. Noemi ainda tinha outro filho que se casou com outra moabita chamada Orfa.

Todavia, após dez anos em Moabe, Noemi fica viúva e perde seus dois filhos. Como as mulheres não trabalhavam, quando elas ficavam viúvas as dificuldades eram imensas. Olhando para sua família arruinada e aparentemente sem perspectivas, Noemi chama suas noras a voltarem às suas famílias de origem.

Noemi alegou não ter mais filhos para que aquelas mulheres se casassem.

Ambas amavam Noemi e choraram muito após esse pedido. Orfa decidiu voltar para a sua parentela moabita, mas Rute não quis. Quando Noemi pressionou Rute a voltar ao seu povo, Rute fez uma das maiores confissões de fé existentes.

Ela declarou a Noemi que agora ela não pertencia mais ao povo moabita, mas ao povo de Deus. Rute afirmou que o Deus de Noemi também era o seu Deus. Ela não seguiu a Noemi apenas porque a amava, ou pela família que ela poderia lhe dar, mas porque o convívio com aquela mulher que cria em Deus fez ela também crer.

Rute abandonou tudo em Moabe para ir com Noemi ao território israelita. Mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria por ser estrangeira e viúva, além de ter que cuidar de Noemi, também viúva e idosa, Rute decidiu ir a Israel para ali viver a fé que ela estava professando.

A diferença entre Orfa e Rute é que aquela amava apenas a Noemi, enquanto esta amava também o Deus de Noemi. Não se sabe mais sobre Orfa, mas a sua escolha de voltar à sua parentela revela que ela estava voltando à vida vazia e idólatra na qual viviam os moabitas.

Quanto a Rute, o Deus verdadeiro a quem ela escolheu servir fez com que ela se casasse em Judá com um homem próspero e cheio de bondade, com quem ela teve um filho, que foi avô do rei Davi, o maior rei que Israel já teve.

Não apenas isso, Rute é mencionada na contagem da genealogia de Jesus (Mateus 1:). A mulher de descendência moabita, que abandonou seus deuses e escolheu servir ao Senhor, foi honrada pela sua fé. Rute é para nós o exemplo da mulher que teve a oportunidade de voltar atrás, mas não o fez, pois ela havia descoberto o seu maior tesouro, ter o Senhor em sua vida.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Mesmo diante das piores tragédias, Deus está no controle dos acontecimentos

 Texto de referência: Rute 1


Noemi foi uma mulher israelita, da tribo de Judá, que partiu de Belém com seu marido e dois filhos, por causa da fome que havia naquela localidade. A família foi para Moabe, um território estrangeiro, rodeado de práticas idólatras e pagãs. Em Moabe morreram o marido de Noemi e seus dois filhos, restando apenas suas duas noras, das quais uma ficou em Moabe e a outra volta com Noemi para Belém.

Interessante notar que Noemi diz que saiu ditosa de Belém, mas o texto relata que eles saíram porque havia fome na terra. Isso significa que, apesar da fome, eles não tinham necessidade de ir embora de Judá.

Apesar de haver fome em Belém, o significado do nome dessa cidade é "casa de pão". Eles saíram da terra do alimento porque estavam diante de circunstâncias visíveis, isto é, a fome. O problema é que eles saíram para Moabe sem a direção de Deus, e tudo deu errado ali. Mas Noemi não justifica as suas perdas pelas suas más escolhas, mas culpa a Deus por tudo, dizendo que Ele a havia afligido. É fácil culparmos a Deus pelos nossos dissabores ao invés de olharmos para dentro de nós.

Quando Noemi voltou para Belém, ela estava amarga. Aquela mulher cujo nome significava agradável e doce, agora quer ser chamada de Mara, isto é, amarga. 

Mas Deus concede a Noemi uma nova oportunidade. Com o decorrer do tempo, Noemi se voltou para Deus e reconheceu o poder e a soberania d'Ele nos acontecimentos. Ela vê, através do casamento de sua nora com um parente seu, que Deus está no controle dos acontecimentos da história e que Ele tem poder para reverter qualquer situação.  A partir disso, ela vê as coisas novamente dando certo e pôde voltar a sorrir.

A Noemi que volta de Moabe é o exemplo do indivíduo que ao ver repentinamente tudo se desmoronar em sua vida, ao invés de aprender com as suas escolhas, prefere se render à amargura do passado e viver na sua sombra.

Mas a Noemi que fica em Belém é o exemplo da mulher que escolheu se reestruturar, parar de lamentar o que deu errado, entregar o seu futuro nas mãos do Senhor e deixar que Ele tome as rédeas de tudo. Mesmo diante das piores tragédias, Deus pode trazer um raio de luz e nos fazer sorrir novamente.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Fique atento aos seus pontos fracos


Para nós cristãos, existe e é real uma vida alheia à nossa, o mundo espiritual. Nele residem as forças do bem, mas infelizmente nesse mundo também residem as forças do mal. Enquanto Deus e os seus anjos trabalham em nosso favor, o inimigo e seus anjos trabalham contra nós.

Somos vigiados diariamente pelo inimigo, que procura as estratégias corretas para nos atacar. Uma das armas utilizadas pelo mal é tocar em nossos pontos fracos. O ideal do inimigo se concentra em destruir o povo de Deus. Na época dos juízes, se levantou um homem chamado Sansão, escolhido desde o ventre de sua mãe para quebrar o jugo dos filisteus sobre Israel (Juízes 13:5).

Sansão era nazireu, e portanto deveria seguir algumas regras como não beber vinho, tocar em cadáveres ou cortar os cabelos. Como diferencial para vencer os filisteus, Deus concedeu a Sansão uma força sobrenatural, que fazia ele sozinho derrotar diversos inimigos simultaneamente.

Mas Sansão tinha alguns pontos fracos. O seu procedimento era de alguém imaturo, que não tinha controle sobre os seus próprios desejos, querendo sempre as coisas no seu tempo e do seu jeito. Sansão também se mostrou um homem irado e impaciente (Juízes 14:3;19; 16:16). A falta de domínio próprio, a ira e a impaciência são comportamentos que fortalecem a carne e consequentemente enfraquecem a presença do Espírito em nós.

Outro ponto fraco de Sansão era a sua fraqueza na área sexual. Ele era seduzido por qualquer mulher, principalmente as mulheres filisteias, habitantes do território dos seus inimigos.

Todos esses comportamentos levaram Sansão à ruína, quando ele foi atraído por uma mulher filisteia chamada Dalila, que o seduziu e importunou, até que ele lhe contasse o segredo da sua força.

Em toda a sua vida Sansão agiu irrefletidamente, sem pensar que seus atos lhe trariam consequências. Quando Dalila o traiu, os filisteus cortaram seus cabelos e ele perdeu a sua força, Sansão teve seus olhos arrancados e passou a ser humilhado pelos filisteus. O homem temido pelos inimigos agora era motivo de zombaria.

O inimigo nos incita à preguiça, mas ele não tem preguiça quando o alvo é nos atacar. Sansão não foi derrotado de uma vez, ele foi sendo enfraquecido aos poucos. Ao ver onde estava a sua fraqueza, o inimigo a usou como arma para destruir Sansão. O próprio Sansão construiu a sua ruína, quando não mediu as consequências de confessar o segredo de sua força a Dalila. 

O segredo para não sermos atacados em nossos pontos fracos é vigiarmos e nos enchermos do Espírito, pois a cada vez que abandonamos as práticas da carne, fortalecemos o Espírito em nós (Gálatas 5:16-17). Essa não é uma tarefa fácil ou única, mas uma atitude diária que exige de nós disciplina e comprometimento.

domingo, 20 de junho de 2021

Sansão, o homem que pediu a Deus uma segunda chance

 Texto de referência: Juízes 16:25-30


Os capítulos que narram a história de Sansão são para algumas pessoas difíceis de serem lidos. É difícil para nós sabermos como um homem que foi escolhido por Deus no ventre da sua mãe, e desperdiçou essa oportunidade vivendo de forma imatura e descontrolada, ainda pode estar entre os heróis da fé (Hebreus 11:32). Mas se analisarmos com profundidade a vida de Sansão, percebemos que, apesar de ter vivido boa parte dos seus dias sem expressar nenhum controle sobre seus atos, ao final de sua vida Sansão mudou de postura.

Após agir de modo irracional, ser traído por sua esposa, perder sua força, ter seus olhos arrancados, perder a presença de Deus e ver sua vida afundar, Sansão resolve confiar em Deus. Mesmo na terra dos filisteus, vivendo em um ambiente de ódio e idolatria, Sansão se refugia no Senhor. Ele reconhece que a sua força vinha de Deus, ao pedir a Ele força só mais uma vez.

Sansão, um homem que era imbatível aos olhos das pessoas agora passa a ser humilhado, zombado e tem que ser carregado pelas pessoas. Sem dúvida, tudo isso fez Sansão refletir sobre a sua maneira de viver imatura e imediatista.

Contudo, mesmo diante de todos esses erros, Sansão tem uma nova oportunidade. Ele, que foi instituído juiz de Israel para derrotar os filisteus, na sua morte matou mais filisteus do que durante a sua vida. Na verdade, pelo relato bíblico não haviam muitos filisteus no local onde Sansão estava, mas ali se encontravam todos os príncipes filisteus, indicando que naquele dia, morreu a realeza dos filisteus, o que enfraqueceu aquele povo.

Apesar de todos os erros cometidos por Sansão, ele está na galeria dos heróis da fé, pois embora tenha inicialmente desprezado o seu chamado, após ter sofrido as consequências dos seus atos irracionais, Sansão demonstra ter se arrependido e em seus últimos momentos de vida, invoca ao Senhor e derrota os filisteus. 

O arrependimento e a mudança de postura é um ato de fé, e isso pode demonstrar o porquê de um homem que agiu tão irrefletidamente como Sansão estar entre os heróis da fé. Muito mais do que grandes feitos, uma vida de fé se consolida quando o nosso coração está em Deus e Ele está no centro das nossas vidas.


sexta-feira, 18 de junho de 2021

Sansão: o homem que desprezou o seu chamado

 Texto de referência: Juízes 13-16


Sansão foi um dos juízes de Israel. Um homem icônico, que é sempre lembrado pela sua força incomum. Antes do seu nascimento, Sansão foi consagrado nazireu, e por isso não poderia beber vinho, tocar cadáveres ou cortar os cabelos (Juízes 13:4-5). Quando Sansão se tornou adulto, o Espírito do Senhor se apossou dele, que começou a lutar contra os filisteus. Com a sua força incomum, não havia adversário que derrotasse Sansão.

Entretanto, Sansão tinha uma personalidade forte e era imaturo. Com as duas mulheres filisteias com quem casou, ele se mostrou impaciente (Juízes 14:17;16:16). Ainda, Sansão se envolveu com muitas mulheres, o que demonstrava uma fraqueza de cunho sexual. Mas o que levou a derrocada do ministério de Sansão foi a sua falta de compromisso com o chamado que Deus havia lhe dado como nazireu.

As quedas de Sansão foram ocorrendo aos poucos, primeiro houve a quebra da regra de não tocar em cadáveres (Juízes 14:8-9). Por fim a quebra da regra de não cortar os cabelos.

Quando os cabelos de Sansão foram cortados, o Senhor se retirou dele e ele então perdeu a sua força. Na verdade, a força de Sansão não estava nos seus cabelos, como costumamos dizer, mas na presença do Senhor que habitava nele. Quando Sansão revela o segredo a Dalila que a seguir lhe corta os cabelos, ele estava se inclinando à desobediência a Deus e desprezando o seu chamado, o que fez com que Deus já não estivesse mais com Sansão, e dessa forma a sua força foi anulada.

Somos fortes porque temos um Deus Forte conosco. A partir do momento que escolhemos caminhar sem o Senhor, somos meros seres humanos, incapazes de lutar contra as potestades do mal.

Sansão é o retrato do homem que desprezou o chamado de Deus. Se deixando levar pela carne, Sansão apagou o Espírito que habitava nele. Cumprir o ministério de Deus exige de nós maturidade e disciplina, para não sermos seduzidos pelas paixões da carne. O inimigo conhece bem os nossos pontos fracos e busca veementemente nos derrotar através deles.

Para não nos deixarmos derrotar diante das Dalila's que surgem em nossa vida, precisamos da prática constante da oração e jejum, para enfraquecermos o poder da carne e fortalecermos o Espírito que habita em nós.


quinta-feira, 17 de junho de 2021

Família, o nosso primeiro ministério

 Texto de referência: Juízes 6:25-34


Independente do chamado que temos para a obra do Senhor, uma coisa é comum a todos nós: a família. Os homens e mulheres de Deus que tomam conta de grandes ministérios têm as suas famílias para cuidar. E, se cada ministério tem uma abrangência e características peculiares, o ministério da família não muda. Apesar de cada família ser diferente, o cuidado é o mesmo.

Houve um homem na Bíblia chamado Gideão que recebeu um chamado de Deus para libertar o povo de Deus, mas antes de assumir publicamente esse chamado, ele recebeu a incumbência de consertar as coisas na sua casa.

O pai de Gideão era idólatra e o Senhor pediu a Gideão que destruísse o altar que o seu pai havia feito como forma de adoração ao ídolo. Ele então obedeceu a Deus e destruiu o altar. Assim que Gideão tomou essa atitude, o Espírito do Senhor se apossou dele e Deus operou a libertação dos israelitas por seu intermédio.

Essa história nos mostra a importância de cuidarmos da nossa casa ao assumirmos um ministério. Isso não significa que temos que esperar a nossa casa estar em perfeita ordem para obedecermos ao chamado de Deus, mas algumas atitudes devem ser tomadas. Não há como assumirmos a responsabilidade de um ministério deixando o nosso lar jogado às traças. Muitas vezes queremos assumir responsabilidades na obra de Deus sem cuidarmos daquela que é o nosso maior ministério: a família. O zelo que devemos empreender na obra de Deus deve ser o mesmo zelo que devemos ter com a nossa casa. A Bíblia nos diz em I Timóteo 5:8 que se alguém não cuida da sua família, negou a fé e é pior que um descrente.

A família é o nosso primeiro ministério, antes de nos empenharmos na obra do Senhor precisamos certificar que estamos cuidando da nossa casa, onde devemos dar diariamente o nosso testemunho. 

quarta-feira, 16 de junho de 2021

A corrupção de Gideão

Texto de referência: Juízes 8:22-27


Gideão foi um dos juízes de Israel. O período dos juízes foi um período muito sombrio da história de Israel, onde o povo se afastou dos caminhos do Senhor e começou a seguir deuses estranhos, advindos dos povos pagãos que viviam ao redor deles.

Antes de Gideão julgar o povo, eles estavam sob a opressão dos midianitas. Quando o Senhor usou Gideão para libertá-los dos seus inimigos, o povo o constituiu como juiz de Israel. Ele julgou o povo por quarenta anos. Quando Gideão voltou da guerra entre Israel e os midianitas, os israelitas lhe pediram para reinar sobre eles, mas Gideão não aceitou, alegando ser Deus o rei daquele povo. Até esse momento, Gideão agiu corretamente, não se deixando corromper pela sedução de ser o rei daquele povo.

Entretanto, Gideão pede ao povo objetos de ouro para si, e desses objetos faz para si uma estola, uma espécie de manto sacerdotal, que foi utilizada pelos israelitas como objeto de idolatria, o que trouxe maldição sobre a sua casa.

Gideão, apesar de recusar governar, achou que poderia obter vantagens financeiras de sua posição enquanto juiz. A sua ideia de fazer uma estola sacerdotal indica que o seu coração se ensoberbeceu com a sua posição perante o povo.

Gideão também teve muitas mulheres, que lhe concederam setenta filhos. As atitudes de poligamia de Gideão fizeram com que seus filhos disputassem entre si a sucessão da posição de juiz. Após a morte de Gideão, um de seus filhos planejou e executou o assassinato de todos os seus irmãos, com exceção de um deles que conseguiu escapar.

Gideão foi um juiz usado por Deus para libertar o Seu povo da opressão de um adversário devastador. Ele tinha em suas mãos os instrumentos para liderar com excelência o povo de Deus, mas pequenas atitudes trouxeram marcas negativas ao seu legado. Como servos de Deus e instrumentos usados para o Seu reino, temos a incumbência de não apenas levar o Evangelho da libertação, mas viver nesse Evangelho, não nos deixando corromper pelas astutas artimanhas do inimigo.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

O agir de Deus perante o impossível e utilizando o improvável

Textos de referência: Juízes 6:11-24;7:1-25


A opressão que o povo de Deus sofreu diante dos midianitas foi uma das mais terríveis da sua história. Os midianitas eram adversários cruéis, cuja estratégia era de destruição. Quando as plantações em Israel estavam na fase da colheita, vinham os midianitas e as destruíam e roubavam, retirando o sustento do povo. A Bíblia relata que essa situação gerou um abatimento muito grande nos israelitas, que já não sabiam o que fazer.

É nesse contexto que surge Gideão, um homem da tribo de Manassés. Enquanto ele estava tratando um trigo às escondidas por medo dos midianitas, um Anjo surge para falar com ele. O Anjo exalta a força de Gideão, que ao invés de se ver como um homem forte, se enxergava fraco e incapaz. Por algumas vezes Gideão temeu e duvidou de que Deus os ajudaria por intermédio dele, mas Deus sempre deu a Gideão provas de que estaria com ele. 

A batalha liderada por Gideão foi de trezentos homens batalhando contra cento e vinte mil. A batalha humanamente impossível se transformou em uma vitória dada por Deus, e o povo pôde contemplar o Seu agir maravilhoso.

Mas a história de Gideão além de ilustrar os impossíveis de Deus ilustra também os improváveis. Um homem que era o menor da menor família de sua tribo foi escolhido por Deus. Na verdade, Gideão podia ser pequeno aos olhos humanos, mas tinha uma grande força dentro de si. Ele mesmo não via essa força, nem mesmo quando Deus tentou mostrá-lo. Quando passamos a nos ver como Deus nos vê, enxergamos as nossas qualidades que o inimigo tenta a todo momento esconder. Gideão era um homem forte, Deus o enxergava assim, ele porém não se via dessa forma.

Esse é Deus, que age no impossível utilizando o improvável. Nas situações impossíveis da nossa vida também podemos recorrer ao Senhor, ainda que não entendamos o Seu modo de agir. O Deus dos impossíveis age também por intermédio dos improváveis.

domingo, 13 de junho de 2021

Débora: uma mulher ousada

 Texto de referência: Juízes 4 e 5


Débora foi uma mulher que julgou o povo de Israel no período dos juízes. Ela foi uma figura icônica para a sua geração, pois embora em geral os homens ocupassem os cargos de liderança, Débora quebrou esses paradigmas, surgindo como juíza em Israel, a única mulher nesse cargo citada na Bíblia, diga-se de passagem.

Talvez Débora tenha se inquietado diante da vergonha que Israel vivia na época, por causa da opressão que o povo estava sofrendo diante dos seus inimigos. Em seu cântico, Débora relata que as aldeias de Israel estavam desertas, até que ela se levantou para mudar aquela situação. Débora não foi apenas juíza de Israel, ela foi também mãe daquele povo, isto é, ela cuidou deles com amor.

Débora inspirava autoridade, pois quando ela chamou Baraque para sair à peleja por Israel, ele só aceitou ir se Débora fosse com ele, indicando a autoridade que a presença dela transmitia. Na verdade, a força que Débora inspirava, estava na presença de Deus na vida dela.

Outra característica marcante de Débora é a sua coragem. Os cananeus, que oprimiam o povo de Deus, tinham carros de ferros, um instrumento de batalha muito potente, o que causava muito medo no povo. Mas Débora não se deixou amedrontar, pois o Senhor já havia ordenado a peleja, e ela sabia que quando o Senhor se coloca a frente de uma batalha, a vitória está garantida.

Deus atraiu os cananeus até um determinado rio, chamado Quisom, que foi instrumento utilizado por Deus para derrotar os adversários do Seu povo.

Débora, uma mulher excêntrica para os seus tempos, que se destacou pela sua coragem e ousadia em liderar, em uma época onde as mulheres não tinham tanta visibilidade, se torna nos tempos de hoje também uma referência para nós. Se nos tempos onde a visibilidade da mulher era tão pequena, Débora alcançou o seu espaço, hoje também podemos galgar lugares altos. Mas havia um diferencial nesta mulher, ela tinha intimidade para ouvir a voz de Deus e tinha coragem para obedecê-la. A fé de Débora a levou a crer que, apesar da força dos adversários, Deus era poderoso para dar vitória ao Seu povo.

Que o Senhor encontre mulheres corajosas como Débora, que se levantem como mães nessa geração, para ajudarem o povo de Deus a vencer os adversários do nosso tempo.

sábado, 12 de junho de 2021

Quatro motivos para acreditar que se Deus é por nós, ninguém será contra nós

 Texto de referência: Romanos 8:31


A expressão "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" frequentemente é utilizada por muitas pessoas, mesmo aquelas que não andam com Deus. É uma frase de encorajamento, pois nos anima saber que se há um ser tão grande ao nosso lado, ninguém poderá nos derrotar.

Todavia, se formos colocar essa frase dentro do contexto em que ela se encontra, veremos que ela está no final de um capítulo onde o apóstolo Paulo exprime diversos conselhos e situações. Desse capítulo, eu separei quatro elementos gerais que ele aponta.

O Espírito Santo: a primeira coisa que Paulo aborda neste capítulo é a presença do Espírito que tem todos aqueles que receberam a Cristo em suas vidas. Ter o Espírito Santo ao nosso lado nos faz sermos cheios de vida e paz.

Somos filhos de Deus: a segunda declaração é de que aqueles que têm o Espírito são filhos de Deus. Ora, quem é filho é herdeiro do seu pai e co-herdeiro com seus irmãos. No mundo espiritual, somos filhos de Deus e portanto seus herdeiros e co-herdeiros com Cristo de todas as suas promessas.

A esperança da salvação: quando recebemos a Cristo em nós, não o fizemos pensando apenas acerca da vida nesta terra, mas o fizemos muito mais pela esperança da salvação eterna. Todavia, a vida eterna para aqueles que estão vivos é apenas uma esperança, pois ela só se concretizará ao fecharmos os nossos olhos para a vida nesta terra.

A intercessão do Espírito: para os que são filhos de Deus, o Espírito Santo se torna um intercessor, orando a Deus por nós segundo a Sua vontade.

E após o apóstolo Paulo relatar todas essas coisas, ele aponta a famosa frase de que, a vista destas coisas, se Deus está conosco, ninguém poderá ser contra nós. E verdadeiramente, sermos filhos de Deus, ter a esperança da salvação, ter o Espírito Santo e saber que Ele intercede por nós são fatores que nos encorajam a viver nesta terra, crendo que o mal não pode nos atingir.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Somos fortes porque cremos no Deus Forte

Texto de referência: Josué 17:14-18


Após a entrada dos israelitas na terra prometida, o próximo desafio do líder Josué era dividir as terras conquistadas. Todas as tribos receberam a sua parte. Quando foi a hora da divisão para as tribos de Efraim e Manassés, elas refutaram a Josué dizendo que, haja vista eles serem um povo grande, haviam recebido uma herança pequena.

Josué então os adverte que, se eles se consideravam um grande povo, deveriam tomar uma parte do bosque para eles e também desapossarem os moradores do lugar. As duas tribos então dizem a Josué que os moradores daquele lugar eram fortes e utilizavam carros de ferro, uma arma muito potente para as batalhas da época.

Nesse momento, Josué reforçou a eles de que as duas tribos realmente eram um povo forte e ressalta que eles conseguiriam tomar posse de toda a região montanhosa, apesar do local ser um bosque e os habitantes de lá serem fortes e utilizarem carros de ferro.

Essa história nos apresenta um fato importante acerca das tribos de Efraim e Manassés. Diante do seu crescimento, eles perceberam a necessidade de se expandirem, mas ao perceberem as dificuldades para obterem essa expansão, se sentiram desanimados.

Ao perceberem que eles teriam que desbravar um bosque e lutar contra fortes adversários, eles desanimaram. Eles queriam ampliar seus limites e se consideravam grandes, mas no momento em que passaram a olhar para os obstáculos a serem vencidos para alcançarem esse feito, não acreditaram na força que havia neles.

Em muitas situações em nossa vida também enfrentamos situações como essas, em que queremos algo e nos sentimos capazes de conseguir, mas ao olharmos as dificuldades do caminho a percorrer, desanimamos. O bosque e os adversários, bem equipados com carros de ferro, eram os empecilhos que afastavam o povo da terra que almejavam. Apesar de serem um grande povo, não se sentiam fortes o suficiente para enfrentar os adversários, e se deixaram levar pelo medo. 

A força dos israelitas vinha do Senhor, bem como a nossa força. Não importam o tamanho das dificuldades, em Deus poderemos vencê-las. Somos fortes porque temos um Deus Forte ao nosso lado (Isaías 9:6).

terça-feira, 8 de junho de 2021

Os passos para a caminhada da nossa libertação

 Texto de referência: Salmos 40:1-3


O Salmos 40, de autoria de Davi, é um hino de libertação. No início do texto, o salmista relata que esperou pacientemente no Senhor e que o Senhor o ouviu, quando ele clamou por socorro. Ele então relata sobre a situação na qual se encontrava, antes de receber o livramento: em um poço de perdição e em um ambiente de sujeira. Após a sua libertação, o Senhor o coloca sobre uma Rocha e lhe firma os passos. Por fim, o salmista foi revestido de atitudes de louvor e as pessoas ao seu redor que viram tudo o que aconteceu com ele, passaram a temer e confiar no Senhor.

Os três primeiros versículos deste salmo nos apresenta de uma maneira bastante sintetizada o caminho da libertação pelo qual muitas vezes percorremos.

O contexto do problema do salmista não é relatado, mas sem dúvida, a comparação da sua aflição a um poço de perdição e tremedal de lama revela que era algo bastante sério e incômodo. Para se ver livre do seu problema, o salmista toma algumas decisões.

A primeira atitude do salmista foi a de esperar com confiança no Senhor. A atitude de espera é uma demonstração de fé da nossa parte, pois revela que cremos que no momento certo Deus irá agir.

Ao esperar em Deus e também clamar por socorro, ele foi ouvido e liberto da sua situação dramática. A partir de então, ele experimenta um novo tempo, onde os seus pés são colocados sobre uma Rocha e os seus passos são firmados. Em geral, o processo de libertação não é restrito apenas ao livramento daquilo que nos aprisiona, mas sempre vem acompanhado de ensinamentos e situações permitidas pelo Senhor para nos fortalecer, a fim de que não sejamos aprisionados novamente. Ter os pés sobre a Rocha indica a confiança de que há alguém que nos guarda, e ter os passos firmes significa que não andaremos mais tropeçando.

Após esse processo, o louvor flui dos nossos lábios de uma maneira espontânea. A libertação tem o poder de despertar em nós atitudes e palavras de gratidão. Se fomos realmente libertos, haverá o reconhecimento da grandeza do Senhor, o nosso Libertador.

E por fim, a nossa libertação deve gerar o fruto do testemunho a fim de que outras pessoas vejam aquilo que o Senhor fez por nós, e sejam tocadas a servir ao Senhor e confiar n'Ele também nas suas adversidades. Isso significa que aquilo que vivemos não pode ficar só para nós, mas deve ser levado a outros que estão passando por problemas semelhantes aos nossos. Quando somos libertos e outras vidas não são edificadas a partir do nosso testemunho, o processo não gerou os devidos frutos.

O Salmos 40 é um hino de encorajamento. Mesmo enfrentando uma situação desesperadora, o salmista colocou sua confiança em Deus, que lhe deu o livramento. A partir de então, a sua vida foi mudada e frutos foram gerados na vida de outras pessoas. Diante das nossas mais terríveis aflições, também podemos agir como o salmista, esperando em Deus e experimentando o trabalhar d'Ele por nós.

domingo, 6 de junho de 2021

Não podemos ser remissos: a Terra Prometida está à nossa disposição

Texto de referência: Josué 18:2-3


Após muitos anos vivendo no deserto, finalmente o povo de Israel entrou na Terra Prometida. Quarenta anos se passaram com aquele povo no deserto, mas em todo o tempo o Senhor cuidou de cada um deles. Mas agora havia chegado a hora tão esperada hora de habitarem na terra da promessa. Cinco tribos já haviam conquistado a terra, mas sete tribos ainda não haviam tomado posse das suas terras.

Josué, o líder daquele povo, então chama a atenção dessas tribos, repreendendo-os por serem remissos e não apossarem das terras que Deus havia lhes dado. Quando Josué os repreende, eles então tomam uma atitude e vão em busca das suas terras. Não se sabe ao certo como o povo estava vivendo, mas talvez eles estivessem em locais improvisados e desconfortáveis, enquanto terras férteis e deleitosas estavam à disposição deles.

Essa história nos chama a atenção pela falta de iniciativa daquele povo de receber aquilo que já havia sido dado a eles. E por isso foram chamados por Josué de remissos, isto é, negligentes.

Muitas situações em nossa vida se assemelham a essa história do povo de Israel. Temos à nossa disposição promessas dadas por Deus a nós, mas muitas vezes não as recebemos. Os motivos podem ser diversos, seja por medo do novo ou por comodismo, por estarmos há tanto tempo na situação do desconforto, que acabamos nos acomodando com aquela situação e já não vamos atrás do melhor que Deus já nos concedeu.

O maior presente que recebemos foi o sacrifício de Jesus na cruz por nós, que nos trouxe remissão e redenção. Somos perdoados por Deus e libertos do poder das potestades infernais. Essa é a maior dádiva que podemos ter, mas muitas vezes ainda nos comportamos de forma remissa e não tomamos posse dessa riqueza. Ainda vivemos presos pelo pecado e ainda tememos as forças das trevas, já derrotadas por Cristo na cruz (Colossenses 2:15).

Mas como Josué chamou aquele povo a sair daquela vida remissa, Deus também nos chama a sairmos da posição de remissos e assumirmos a nossa posição de livres e tomarmos posse daquilo que Ele nos deu.


Leia também: Redenção e remissão: os dois presentes que nos foram dados por Jesus http://santidadenapalavra.blogspot.com/2021/01/redencao-e-remissao-os-dois-presentes.html?m=1

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Calebe: um exemplo de fé, vigor e ousadia

 Texto de referência: Josué 14:6-15; 15:13-17


Calebe foi um homem da tribo de Judá que participou da caminhada do povo de Deus no deserto rumo à Terra Prometida. Ele estava entre os doze espias enviados a Canaã para ver como era a terra. Dentre os doze, apenas ele e Josué encorajaram o povo a entrar naquela terra. Como punição aos rebeldes, Deus determinou que toda aquela geração morreria sem entrar em Canaã e que apenas Josué e Calebe poderiam fazê-lo por terem perseverado em crer em Deus.

Após quarenta e cinco anos, quando é feita a divisão da terra prometida aos israelitas, Calebe toma posse da sua herança na terra. Ao pedir a sua parte na distribuição da terra, Calebe reforça que o seu vigor não diminuiu com o passar dos anos. Pelo contrário, ele continuava com o mesmo vigor para as batalhas como há quarenta e cinco anos atrás.

Como pode um homem de oitenta e cinco anos ter o mesmo vigor de um homem de quarenta anos? Isso só é possível pelo Espírito de Deus. É Ele quem nos renova diariamente para enfrentarmos as batalhas, sem nos deixarmos desanimar por elas.

Mas ainda havia um desafio para Calebe na conquista de sua terra, ele teria que desapossar a família de gigantes que habitavam lá. Uma luta entre homens comuns já seria árdua, mas esse desafio se tornava maior por se tratar de homens fortes e de estatura muito mais elevada do que os padrões normais.

Calebe também não se intimidou diante dessa questão, pois Ele sabia que o Senhor era quem pelejaria por ele. Por fim, Calebe destruiu essa descendência de gigantes, deu um novo nome àquela terra, simbolizando que o domínio daquela família de gigantes havia terminado e agora se instalaria um novo tempo.

Ao final, Calebe ainda conquistou uma outra parte que não estava no plano inicial. Através de uma ideia ousada de dar a mão de sua filha a quem conquistasse a terra, Calebe aumentou ainda mais as suas possessões.

Calebe é para nós um exemplo de um homem de fé, de vigor e de visão. Nenhuma dificuldade foi párea diante dele, pois Ele confiava no Senhor em todas as suas batalhas. O Senhor quer encontrar em nós as mesmas atitudes de Calebe. Que Deus nos revista do Seu Espírito para que possamos viver essa vida vitoriosa, à semelhança de Calebe.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

O perigo de tomarmos decisões sem consultarmos a Deus

Texto de referência: Josué 9:14


A vida é feita de decisões. Tomamos decisões desde o momento que acordamos até o momento que nos deitamos. Diariamente nos deparamos com escolhas simples, como por exemplo, o que vamos alimentar, se vamos praticar exercício, qual roupa iremos vestir, qual horário iremos dormir. Quando somos crianças, as pessoas decidem muitas coisas por nós. À medida que crescemos, passamos a tomar as nossas próprias decisões. De início, são coisas pequenas, como a roupa que iremos vestir ou o que comeremos. Conforme vamos amadurecendo, somos impelidos a tomarmos decisões mais importantes, que poderão impactar todo o curso da nossa vida.

Mas como cristãos, temos algo a nosso favor nos momentos de tomarmos decisões, podemos consultar  o Senhor, a fim de não decidirmos nada de forma precipitada. Nos tempos bíblicos, quando o povo de Israel se preparava para entrar na Terra Prometida, eles se depararam com um povo que veio buscando se aliançar com eles, dizendo ser de uma terra distante. Sem consultar ao Senhor, eles fizeram aliança com eles. Poucos dias depois, descobrem que na verdade aquelas pessoas eram vizinhos do lado, que mentiram para não serem mortos pelos israelitas.

Foi uma coisa simples, mas eles tiveram consequências pelo fato de não terem pedido conselho ao Senhor. Devemos consultar ao Senhor pelas nossas decisões não apenas diante de fatos impactantes para nós, como a escolha do nosso cônjuge, da nossa profissão ou do lugar onde iremos fixar residência. Mas também devemos consultar o Senhor diante de decisões pequenas, diárias e corriqueiras, que muitas vezes passam batidas diante de nós, mas que futuramente irão trazer consequências caso as tomemos de forma errada.

Naquele dia os israelitas não pediram conselho ao Senhor e fizeram aliança com alguém que eles não conheciam. Quando lemos sobre o rei Davi, percebemos que aquele homem estava sempre consultando ao Senhor para tomar as suas decisões. Davi não saía à guerra sem antes consultar ao Senhor se deveria batalhar e quais estratégias utilizar. O Senhor sempre o dirigia e Davi saía sempre vitorioso.

Deus é o nosso Pai e quer participar da nossa vida. Decisões pequenas não incluem realizar coisas óbvias, como por exemplo, se devo ou não tomar banho. Mas está relacionado a atitudes do nosso cotidiano que afetam a nossa vida em várias áreas, mas que muitas vezes preferimos decidir sozinhos, seja porque não percebemos que consultando ao Senhor podemos agir de forma mais apropriada, seja por não querermos envolver o Senhor nas nossas decisões por medo d'Ele nos pedir algo que vai contra a nossa vontade.

Mas temos que entender que colocar Deus à frente das nossas decisões só nos trará benefícios, como a direção correta do caminho a seguir e principalmente a certeza de que o que estamos fazendo será a melhor escolha para nós. 


quarta-feira, 2 de junho de 2021

O segredo dos gibeonitas

 Texto de referência: Josué 9


Durante o tempo em que Josué comandou o povo de Israel, chegaram a ele um povo um tanto estranho. Uma caravana de homens com roupas velhas, com pães embolorados, dizendo que vieram de uma terra distante e gostariam de fazer aliança com Israel. A ordem de Deus era que todas as nações ao redor de Israel fossem destruídas, mas como aquele povo era de terras distantes, eles resolveram se aliançar com eles. Acontece que na verdade aquele povo era de Gibeão, um território vizinho a Israel. 

Quando Josué fica sabendo desse fato e interroga os gibeonitas, eles reconhecem que mentiram por temerem o povo de Deus, pois sabiam que Deus estava ao lado de Israel e já havia decretado a vitória deles. Eles acreditavam que era melhor estar ao lado do povo de Deus, mesmo como escravos, mas estarem vivos, do que estarem na terra deles, com seus deuses, mas serem derrotados. O interessante é que os gibeonitas não eram um povo fraco, mas eles foram relatados como uma nação grande e de homens valentes (Josué 10:2). Embora tivessem características humanas favoráveis à guerra, eles sabiam que seriam derrotados, pois reconheceram que Deus estava com os israelitas.

Como punição aos gibeonitas, os israelitas lhes deram a função de tiradores de água e rachadores de lenha para o povo de Israel e para o serviço do altar de Deus. Aquele povo, outrora estranho, agora estava com o povo de Deus e servindo na casa do Senhor.

O povo de Gibeão se tornou tão especial para o Senhor que, ao serem atacados logo após a aliança deles com Israel, eles pediram socorro aos israelitas que foram ajudá-los. Nessa batalha, o sol e a lua pararam, até que o povo de Deus vencesse. Muito tempo depois, quando o rei Saul matou alguns gibeonitas, o Senhor castigou o território israelita, até que a justiça fosse feita àquele povo (2 Samuel 21:1-6).

A história dos gibeonitas demonstra o cuidado de Deus para com aqueles que têm fé n'Ele e trabalham para a Sua obra, independentemente de sua origem. Mesmo tendo construído a história daquele reino longe do Senhor, os gibeonitas decidiram viver uma nova vida, agora junto ao povo de Deus e trabalhando para a Sua obra. Eles foram honrados nas batalhas e reconhecidos pelo Senhor.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Raabe: de uma vida no pecado à descendência do Messias

 Texto de referência: Josué 2; 6:22


Raabe, uma prostituta e moradora da cidade de Jericó tem sua trajetória nos relatos bíblicos iniciada quando o povo de Israel está no limite da terra prometida e planejam um ataque à sua cidade. Quando Josué enviou espias até Jericó, eles encontraram Raabe na entrada da cidade, e ela lhes ofereceu abrigo.

Na verdade, Raabe sabia que em poucos dias Jericó seria atacada e utilizou a estratégia de acolher os espias como uma forma de salvar a si e à sua família. E realmente Raabe foi salva, pois no ataque a Jericó, ela e seus familiares foram salvos da morte. A história de Raabe na Bíblia poderia ter se findado aí, mas não se findou. Raabe foi descrita mais adiante em duas passagens; a primeira quando há a descrição da genealogia de Jesus e a segunda na passagem que fala acerca dos heróis da fé. Isso nos faz refletir que a fé de Raabe não se limitou apenas a estratégia para fugir da morte, mas ela verdadeiramente cria em Deus.

Quando os espias foram até a casa de Raabe, ela os acolheu e os escondeu para não serem pegos pelo rei de Jericó. Ao conversar com eles, Raabe fez a sua confissão de fé, dizendo crer que Deus havia dado diversas vitórias ao povo de Israel e que Ele era o único Deus. Apesar de Raabe viver em um território idólatra, tudo o que ela ouviu de Deus foi o suficiente para ela crer n'Ele. Isso a colocava à frente de muitos israelitas, que não apenas ouviam, mas viam as maravilhas de Deus e mesmo assim continuavam a duvidar da Sua capacidade em livrá-los dos seus inimigos. Essa atitude de Raabe a colocou nos relatos de fé ao lado de grandes homens de Deus.

Quando Deus concedeu a Raabe a oportunidade de sair viva de Jericó, Ele não apenas lhe concedeu a oportunidade de viver fisicamente, mas de viver com Ele. Os relatos bíblicos não apontam com clareza, mas provavelmente Raabe se converteu ao povo de Deus e saiu da vida de prostituição, pois no território israelita essa prática era passível de pena de morte. Raabe se casou com um homem israelita, que gerou a quarta geração antecessora do rei Davi, e principalmente a descendência de Jesus.

Raabe, uma mulher que viveu na prostituição, ouviu falar do Senhor, creu n'Ele e viu sua vida ser transformada. O que definiu o futuro daquela mulher foi a graça, sem dúvida, mas ela precisou ter fé Naquele que concede a graça. Ela precisou tomar uma decisão, abandonar os falsos deuses e acreditar no Deus verdadeiro. A partir dessa atitude, a vida de Raabe foi transformada. 

Ainda hoje, Deus procura as Raabe's da nossa geração. Mulheres que estão no pecado, desacreditadas pela sociedade, mas que ouviram sobre o Senhor, e têm a oportunidade de escolher entre permanecer no pecado que lhes trará a morte, ou sair de Jericó, abraçar a santidade e escrever uma nova página da sua história.